ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
Efeitos metabólicos divergentes de 2 dietas com restrição de energia que diferem na qualidade dos nutrientes: um estudo controlado randomizado de 12 semanas em indivíduos com obesidade abdominal
O aumento da carga global de obesidade enfatiza a necessidade de estratégias alimentares que previnam o ganho de peso, induzam a perda de peso e aliviem as comorbidades da obesidade, reduzindo assim o risco de doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares (DCV). Uma estratégia dietética evidentemente eficaz nesse contexto é a restrição da ingestão calórica diária: ou seja, a restrição energética (RE), geralmente direcionada a cerca de 10% a 40% da necessidade energética estimada de indivíduos com sobrepeso ou obesos. Estudos mostram que fatores de risco cardiometabólicos, como pressão arterial, dislipidemia e medidas de sensibilidade à insulina, muitas vezes já melhoram após uma perda de 5% do peso corporal inicial. Magkos et al. demonstraram recentemente que a perda de peso mais progressiva – por exemplo, de 11% a 16% – melhora ainda mais os fatores de risco cardiometabólicos e altera as principais vias biológicas no tecido adiposo.
Apesar de uma melhor compreensão da relação entre o grau de restrição energética, a magnitude da perda de peso e a saúde metabólica, a composição nutricional mais benéfica de uma dieta RE ainda é assunto de intenso debate. Numerosos ensaios foram realizados para tentar identificar a dieta RE ideal para aumentar a perda de peso ou maximizar as melhorias na saúde. Essas abordagens incluem enfatizar um macronutriente específico, como dietas ricas em proteínas; alinhamento da dieta a um padrão definido a posteriori que está associado a menores riscos de doenças crônicas, como a dieta mediterrânea; ou adicionar compostos bioativos específicos, como óleo de peixe ou flavonóis. No entanto, os ensaios que combinam vários nutrientes de alta qualidade em uma dieta RE são,…