PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES E RESULTADOS DE ESTUDOS CLÍNICOS SOBRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D EM MICROBIOTA DO INTESTINO HUMANO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
A obesidade representa uma doença multifatorial que causa sérios problemas de saúde pública (Luthold, 2017). Existem 2 bilhões de pessoas com sobrepeso e obesidade no mundo (OMS, 2018) e o Brasil ocupa o quinto lugar no mundo, com uma estimativa de 18 milhões de pessoas, tendendo a atingir 70 milhões de indivíduos (IBGE, 2019).
A microbiota do sistema gastrointestinal saudável apresenta cerca de 800 espécies de bactérias, e milhares desses micro-organismos convivem simbioticamente com fungos, archaea e vírus, caracterizando cada ser humano com concentração máxima no cólon (Rinninella, 2019). Essa composição é organizada em pelo menos três enterótipos dependendo de várias características, incluindo antecedentes genéticos, fenótipo imunológico, hábitos alimentares, etc (Arumugam, 2011). Nesse sentido, o microbioma humano possui cerca de 3 milhões de genes no trato gastrointestinal, correspondendo a 150 vezes mais que o genoma humano (Huttenhower, 2012). A combinação de células bacterianas e genes com células hospedeiras e genes leva ao desenho de um “superorganismo”. Isso depende das interações adequadas entre a microbiota intestinal e o hospedeiro para alcançar e manter a saúde (De Filippo, 2010).
A vitamina D parece interagir com o sistema imunológico através de sua ação na regulação e diferenciação de células como linfócitos, macrófagos e células natural killer (NK) (Angelakis, 2012). Além disso, há evidências de que a vitamina D interfere na produção de citocinas in vivo e in vitro (Wu, 2011). Entre os efeitos imunomoduladores demonstrados estão a diminuição da produção de interleucina-2 (IL-2), interferongamma (INF-γ) e fator de necrose tumoral (TNF), inibição da expressão de IL-6 e inibição da produção e secreção…