ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
De acordo com a hipótese de origens de desenvolvimento da saúde e da doença, existem janelas críticas de exposição, como a gravidez, durante as quais as trajetórias de saúde podem ser estabelecidas. Dados de modelos animais e humanos mostraram que a dieta durante a gravidez pode mitigar o risco de alguns resultados negativos para a saúde. Em particular, um padrão alimentar de estilo mediterrâneo tem sido associado a uma série de resultados positivos para a saúde, incluindo níveis mais baixos de doenças cardiovasculares, câncer e inflamação e maior longevidade. Uma dieta mediterrânea é rica em alimentos vegetais, usa o azeite como principal fonte de gordura adicionada e inclui consumo moderado a alto de peixes e frutos do mar, baixo consumo de carne vermelha e ingestão moderada de álcool. Embora a ingestão e as preferências alimentares nos Estados Unidos não reflitam as dos países da região do Mediterrâneo, a adesão a um padrão alimentar mediterrâneo ou de estilo mediterrâneo também demonstrou resultar em menor mortalidade e menor risco de doenças crônicas em países não mediterrânicos.
Estressores fisiológicos e emocionais (ou psicossociais) maternos, como obesidade e depressão, durante a gravidez, podem ter efeitos prejudiciais na saúde materna e infantil, incluindo inflamação e aumento do risco de doenças crônicas e contribuem para resultados de parto ruins. Aproximadamente 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva sofre de depressão e 29% das mulheres em idade reprodutiva tem obesidade. Estressores maternos durante a gravidez, como a depressão, podem ativar vias inflamatórias, que podem ter consequências prejudiciais para a saúde, possivelmente ao longo da vida, para as mães e seus filhos, incluindo perturbações metabólicas e obesidade.
Durante a gravidez, a depressão tem sido associada ao aumento do risco de natimorto, baixo peso ao nascer e parto prematuro. A obesidade antes da gravidez…