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Beber durante a gravidez, jamais! Esse é o parecer dos pediatras que estudam cientificamente os efeitos nocivos do álcool na formação de um feto.
Entre as doenças provocadas pela ingestão de álcool na gestação, as denominadas desordens do espectro alcoólico fetal, FASD, uma é gravíssima: a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Ela pode induzir ao retardo de crescimento intra e extrauterino, às dismorfias faciais e à disfunção do sistema nervoso central.
A SAF não tem marcador de dosagem: é causada pelo consumo leve, moderado ou excessivo. De acordo com Hermann Grinnfeld, doutor em Neurociências e Comportamento pela Universidade de São Paulo e membro do Grupo de Desordens do Espectro Alcoólico Fetal da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a condição se dá, principalmente, porque o álcool é capaz de ultrapassar livremente a barreira placentária.
“Qualquer medida pode ser prejudicial e provocar distúrbios importantes e para toda a vida do bebê. Entretanto, há relação entre a quantidade de álcool ingerida e os efeitos observados posteriormente. Em regra, não se encontram alterações faciais e o retardo de crescimento, mas sim alterações comportamentais relevantes e comprometedoras da saúde e qualidade de vida, causadas por retardo mental”, explica o especialista.
Hoje, aliás, a SAF é a principal causa de retardo mental no mundo ocidental. Pesquisas científicas produzidas na Europa e nos Estados Unidos mostram 1 caso de SAF para cada 1000 nascidos vivos.
No Brasil, até o momento não existem estudos específicos que relatem a quantidade e prevalência de casos da SAF.
“É uma síndrome ainda pouco conhecida, até…