Endometriose pode afetar técnicas de reprodução humana e causar impacto na fertilidade

endometriose
(Foto: Freepik)

A endometriose é uma doença crônica, progressiva, que não tem cura e que pode causar dores pélvicas, durante as relações sexuais e dores para urinar ou evacuar no período menstrual. Além disso, ela também é uma das principais causas de infertilidade feminina, impedindo portadoras de realizar o sonho da maternidade. Por isso, o diagnóstico precoce, seguido do tratamento sob orientação, é essencial para o controle da doença.

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No Brasil, a endometriose acomete cerca de 8 milhões de mulheres e, para o triênio 2023 a 2025, são esperados mais de 7 mil novos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres em solo brasileiro sofre com os sintomas da doença, que ocorre quando o endométrio, tecido da camada interna do útero, ao ser eliminado na menstruação, começa a crescer fora do útero. Esse tecido é muito importante, pois é o que permite, por exemplo, que o embrião se implante, gerando uma gravidez.

Segundo dados da Associação Brasileira de Endometriose, mais de 30% dos casos levam à infertilidade que, inclusive, dificulta a realização de técnicas de reprodução assistida, conforme explica Natalia Pimentel, especialista em Reprodução Assistida do GEARE PB, unidade do FERTGROUP, grupo de clínicas referência em medicina reprodutiva no Brasil e na América Latina.

“As alterações pélvicas causadas pela endometriose podem impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Em outro momento, dificulta a implantação do óvulo que foi fertilizado, podendo danificar o revestimento do útero, o que torna mais difícil a implantação de um embrião saudável”, diz.

Outra dificuldade que essas pacientes podem enfrentar para conseguir engravidar tendo endometriose está relacionada à qualidade dos óvulos. “Já temos muitas evidências científicas e está muito bem estabelecido na comunidade médica que esta condição também pode levar à formação de cistos ovarianos, que podem danificar o tecido ovariano e, consequentemente, diminuir a reserva ovariana”, pontua Natalia Pimentel.

Além disso, a endometriose pode atingir a resposta do corpo frente a tratamentos de infertilidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IA). “Nem toda portadora tem infertilidade. Mas havendo a necessidade de tratamento de reprodução, as pacientes podem precisar de doses maiores de medicação para estimular os ovários”, pontua Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Assistida da clínica VIDA, unidade do FERTGROUP.

Como é feito o tratamento?

O tratamento de endometriose consiste em medicamentos, mudança no estilo de vida e cirurgia, que têm como objetivo controlar a progressão da doença. Cada paciente tem uma indicação, e a escolha do método depende do estágio, da intensidade, do exame clínico e dos exames de imagem.

“Com o tratamento para endometriose em dia, realizado de modo individualizado, muitas mulheres têm conseguido viver o sonho de ter seu bebê em casa, através de técnicas de reprodução assistida”, salienta a especialista.

Ainda segundo Alessandra Evangelista, evidências demonstram que a cirurgia pode ser o tratamento de endometriose em mulheres sintomáticas, que desejam engravidar. Sendo importante avaliar o impacto do procedimento sobre a reserva ovariana, orientando a preservação através do congelamento de óvulos. “De qualquer forma, cada caso deve ser muito bem avaliado. Por isso, é necessário que a paciente procure um especialista em reprodução assistida para saber a respeito das possibilidades de tratamento disponíveis”, finaliza.

*Informações Assessoria de Imprensa