A observação das sequelas físicas que alguns pacientes apresentavam após as “amplas ressecções”, por conta dos tratamentos de câncer, mexeu com os rumos da carreira da cirurgiã de cabeça e pescoço, Dra. Rafaelle de Oliveira Souza. Após quatro anos de formada e no mesmo ano do término da residência em CCP, ela decidiu “investir” ainda mais na qualidade de vida dos pacientes e tornou-se a primeira mulher microcirurgiã em cabeça e pescoço formada no Brasil, em fevereiro de 2022.
Dra. Rafaelle, além do título de CCP, tem Fellowship em Microcirurgia Reconstrutiva, pelo Hospital de Câncer de Barretos (SP). “Percebi que, além da retirada do tumor, a promoção de uma reconstrução satisfatória também deveria ser preocupação do profissional que trata desses pacientes”, conta a especialista.
Como o tratamento padrão ouro na área de reconstrução é a microcirurgia reconstrutiva, Dra. Rafaelle se interessou por mais essa especialização que, em seu entendimento, “é uma mistura de ciência e arte”. A médica diz ter tido a honra de aprender com os mestres Dr. Cleyton Dias e Dr. Carlos Gustavo Neves. Atualmente, a médica integra a equipe do Centro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (Ceccape) e faz parte do corpo clínico do Hospital Municipal São José de Joinville, referência em oncologia na região norte do estado de Santa Catarina.
Microcirurgia reconstrutiva
A microcirurgia reconstrutiva, esclarece a especialista, é um transplante autólogo de tecidos microvascularizados, que permite reconstruir inúmeras regiões do corpo, mimetizando tecidos ausentes e permitindo a possibilidade de devolver ao paciente a função e a aparência mais próximos do que tinham antes do tratamento do câncer.
Essa técnica difundiu-se, principalmente, a partir da década de 1980 e tornou-se a primeira opção na reconstrução de defeitos complexos. A médica ressalta que “o objetivo da…