Embora menos comum que os demais tipos de câncer de pele (espinocelula e basocelular), o melanoma é potencialmente mais agressivo na maioria dos casos. E os números requerem atenção, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que ao levantar dados epidemiológicos na base Cancer Tomorrow identificou que as mortes anuais por melanoma no Brasil vão saltar de 2,2 mil para 4 mil em 2040, um aumento de 80% no comparativo entre os dois anos. O Cancer Tomorrow é uma ferramenta da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), que prevê a incidência futura do câncer e a carga de mortalidade em todo o mundo a partir das estimativas atuais de 2020 até 2040.
A previsão é que o número de casos anuais de melanoma no Brasil, também no comparativo entre os dois anos, pulará de 8,6 mil para 14,8 mil, um aumento de 72%. No mundo, a previsão é de, no comparativo entre 2020 e 2040, é que o número de casos anuais salte de 325 mil para 510 mil (aumento de 57%) e o número de mortes suba de 57 mil para 96 mil respectivamente (aumento de 70%).
A fase em que o melanoma é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar).
Comparativamente, enquanto a enfermidade em fase inicial apresenta taxas de cura acima de 90%, o melanoma de pele com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de úlceras (feridas na pele), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase). Segundo o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 73,9% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 35,1%.
O câncer de pele não melanoma é o quinto mais incidente no mundo, com 1,2 milhão (6,2%) de casos novos, segundo o IARC/OMS.No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) os cânceres cutâneos são os tumores malignos mais frequentes, com a sua incidência registrando considerável aumento ao longo dos anos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país. No entanto, com a realização de cirurgias, a taxa de mortalidade é consideravelmente baixa.
Os casos são mais comuns em pessoas acima de 40 anos, com pele e olhos claros, ou albinos. Segundo os especialistas, a cirurgia é o principal método de tratamento para a maioria dos casos de câncer de pele, sobretudo quando apresenta bordas bem delimitadas. Esse método apresenta altos índices de cura, além da possibilidade de ser utilizado em casos de tumores avançados e recorrentes.
Existem diversas técnicas cirúrgicas muito eficientes para retirar um tumor de pele e reconstruir a área afetada. O que irá determinar a escolha do método será a avaliação do cirurgião em relação ao tamanho e as características de cada lesão. “São cirurgias consideradas simples, na grande maioria, que podem ser realizadas em ambiente ambulatorial e com anestesia local. Lesões pequenas, por exemplo, podem dispensar os exames pré-operatórios e ter um pós-operatório curto, somente de alguns dias”, explica o médico oncologista João Pedreira Duprat Neto, coordenador da Comissão de Neoplasias da Pele da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e diretor no Centro de Referência em Oncologia Cutânea do A.C.Camargo Cancer Center.
Geralmente, a cirurgia de câncer de pele apresenta uma cicatrização tranquila e com poucas complicações, especialmente quando há infecção nas feridas.“A recuperação após o procedimento vai depender do estado de saúde do paciente, da extensão de pele retirada e do local retirado. Os resultados estéticos são bons, deixando apenas uma pequena cicatriz. Mesmo sendo um tratamento bastante eficiente, é preciso sempre acompanhar no caso do surgimento de possíveis novas lesões cancerígenas”, adverte Duprat Neto.
O câncer de pele é dividido em dois subtipos: melanoma e não melanoma. O melanoma é o subtipo menos recorrente e com maior gravidade, com maiores chances de provocar metástases.O não melanoma é o mais comum no Brasil, com menor mortalidade. Contudo, caso não seja tratado rapidamente e de forma adequada, pode deixar sequelas. Esses tumores se dividem em outros dois subgrupos: carcinoma basocelular e carcinoma epidermoide.
O carcinoma basocelular possui origem nas células basais da epiderme, representando 75% dos casos de câncer de pele. Costuma aparecer em áreas mais expostas ao sol no dia a dia, como rosto e pescoço, e se desenvolve de maneira lenta e dificilmente se espalhando para outras áreas do corpo. Mesmo assim, quem já teve câncer de pele deve fazer um acompanhamento permanente.
Já o carcinoma espinocelular ou de células escamosas apresenta origem na camada mais externa da epiderme, com maior risco de atingir outros órgãos. Tende a surgir no rosto, nas orelhas, nos lábios, no pescoço e no dorso da mão. Outra característica comum deste subtipo de câncer de pele é a possibilidade do seu surgimento em cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo, até mesmo nos órgãos genitais.
Há diversos outros tipos de câncer não melanoma, porém são muito raros, representando apenas 1% do total de casos.
Alguns sinais podem ser um importante para tumores na pele. Na presença deles, é recomendado consultar um médico, que poderá levar em o critério ABCD, que é um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:
(A) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
(B) Bordas irregulares: contorno mal definido; (C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul); (D) Diâmetro: maior que 6 milímetros; (E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor;No entanto, mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.
O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa enfermidade possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e também de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol. Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão. Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia.
É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição;
Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.
*Informações Assessoria de Imprensa