Estudo sobre rastreamento de câncer de colo uterino é destaque em livro internacional

câncer de colo uterino
(Foto: Freepik)

Um estudo inédito realizado pelo Centro de Pesquisa Clínica e Translacional da Inside Diagnósticos, laboratório brasileiro de alta complexidade e de soluções in company, é destaque no livro “Cervical Cancer – Recent Advances and New Perspectives”, da editora inglesa IntechOpen, sobre os recentes avanços da Medicina no enfrentamento ao câncer de colo uterino. O estudo foi apresentado na 35th International Papillomavirus Conference, que aconteceu em Washignton DC no mês de abril. O tema concorre ao prêmio de inovação diagnóstica para prevenção de câncer cervical.

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Comandado pelo Pesquisador e Professor Marco Antonio Zonta, líder do grupo de pesquisas em Oncologia Molecular, diretor científico da Inside e pesquisador do programa do mestrado profissional do Instituto Butantã, o estudo mostrou a eficácia superior da genotipagem no rastreamento e detecção precoce do câncer de colo uterino, na comparação ao tradicional exame de Papanicolaou.

“A genotipagem obteve 20% de positividade para o vírus HPV contra 6% de lesões indicadas no teste de Papanicolaou – ou seja, uma eficácia cinco vezes maior”, comenta Zonta.

Para o trabalho, foram coletadas 1.986 amostras cérvico-vaginais por escovação, preservadas em meio líquido e depois avaliadas. As amostras moleculares foram testadas usando o método qPCR; já as amostras citológicas foram processadas e submetidas à coloração de Papanicolaou automatizada. A análise foi realizada por microscopia óptica.

O estudo brasileiro é o tema central de um capítulo que apresentará um apanhado histórico do rastreamento realizado globalmente e especificamente no Brasil, abordando programas que foram realizados no passado, a partir da citologia, Papanicolaou e o diagnóstico molecular – considerada a técnica mais atual e promissora. “Vamos falar também sobre a vacinação contra o HPV e as novas diretrizes para o rastreamento depois de 10 anos de existência da vacina”, informa o professor.

Segundo o especialista, o estudo da Inside Diagnósticos abre espaço para que a genotipagem se torne protocolo no Brasil para diagnosticar precocemente o câncer de colo uterino, um dos mais prevalentes entre as mulheres. “Atualmente, a política pública preconiza somente o Papanicolaou anual, e caso haja alteração, a colposcopia, seguida de biópsia e tratamento. Esse novo estudo, porém, demonstra uma eficácia muito maior na detecção precoce do HPV”, destaca ele, lembrando que o teste identifica o vírus sem lesões. “Uma das vantagens é que, assim que essa mulher negativar o HPV, será possível desafogar o atendimento médico”.

Outro benefício é que com essa metodologia avançada é possível viabilizar a autocoleta. “O material é enviado ao laboratório e, caso o resultado seja positivo, ela passa em consulta médica e ingressa em programas já estabelecidos”, reforça ele.

O pesquisador completa ainda que o rastreamento deve ser realizado em mulheres a partir de 25 anos, ou seja, um quarto da população sexualmente ativa. “Os cálculos dão conta de que a genotipagem serviria para rastrear cerca de 50 milhões de mulheres somente no Brasil”, finaliza ele.

*Informações Assessoria de Imprensa