O câncer de bexiga é um tumor muito frequente em homens. Dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam 11.370 novos casos neste ano, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres. O tratamento, geralmente, envolve a retirada parcial ou total da bexiga, procedimento chamado de cistectomia. Agora, uma nova técnica cirúrgica usada está se expandindo e visa possibilitar, principalmente, uma melhor qualidade de vida após o tratamento do câncer de bexiga. A cirurgia de cistectomia radical robótica com neobexiga ileal ortotópica continente já é uma realidade.
O urologista e cirurgião robótico, Leonardo Welter, explica que essa cirurgia ocorre quando é necessária a retirada da bexiga, sendo reconstruída com o intestino delgado, mais precisamente o íleo, que corresponde à parte final do intestino delgado, e colocada no lugar da bexiga retirada, mantendo o mecanismo de micção pela uretra e continência da urina preservados.
Essa modalidade cirúrgica é necessária quando o câncer de bexiga invade os músculos da bexiga ou quando se tem algum tumor de bexiga incomum. A retirada da bexiga costuma ser um procedimento de grande porte com repercussões significativas no organismo e longo tempo de internação. “Na maioria das vezes, a bexiga é retirada e o paciente fica com um conduto ileal ou urostomia, onde os ureteres que saem dos rins se ligam em um segmento de intestino, e esse intestino com a urina é exteriorizado até a pele, sendo colocada uma bolsinha semelhante à colostomia, também conhecida como Bricker”, aponta Leonardo Welter.
A grande novidade para os pacientes que necessitam da cirurgia é que a técnica de neobexiga totalmente robótica tem a principal vantagem de ser feita de forma minimamente invasiva, o que permite ao paciente uma recuperação mais rápida, e sem a necessidade de urinar pela bolsinha. O paciente recebe alta em torno de 5 a 10 dias. Segundo Leonardo Welter, a cirurgia necessita anestesia geral. “Realizando a cirurgia robótica, onde o robô deve ser comandado por um cirurgião experiente, a bexiga é retirada, depois, com cerca de 45 a 60 cm do íleo terminal, é feita uma modelagem do intestino no formato de uma bexiga”.
O cirurgião robótico explica que esta parte fica isolada do trânsito intestinal e passa a receber apenas a urina, vinda dos ureteres que são implantados nessa nova bexiga. Por fim, esta bexiga é conectada na uretra (masculina ou feminina). O paciente costuma ter dois dias de recuperação em UTI e mais 5 a 7 dias no quarto. Após três semanas, é removido o cateter urinário (sonda) e o paciente passa a urinar fazendo esforços abdominais (conhecidos como Valsalva).
“A cirurgia robótica poderá dar ao paciente uma melhor qualidade vida – tanto na saúde física quanto mental –, fazendo com que consiga desempenhar suas atividades diárias, sinta mais conforto e bem-estar”, destaca Leonardo Welter.
*Informações Assessoria de Imprensa