O principal fator para surgimento de câncer de pulmão é o tabagismo, sendo responsável por 85% dos casos. Contudo, apesar de os fumantes terem cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença, o câncer de pulmão também atinge não fumantes. Segundo o oncologista torácico Carlos Gil Ferreira, além do fumo, há outros fatores de risco importantes que influenciam o surgimento da doença em não fumantes e que devem ser evitados, sempre que possível.
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“O fumo passivo, a poluição, inalação de gases tóxicos e contatos com elementos radioativos e metais pesados são alguns fatores que podem influenciar no desenvolvimento de células cancerígenas no pulmão”, explica Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) ainda acrescenta que infecções pulmonares frequentes e doenças como enfisema e bronquite crônica, fatores genéticos e histórico familiar de câncer no pulmão, assim como idade avançada, são pontos importantes que podem favorecer o surgimento da doença.
Segundo informações do Ministério da Saúde, há profissões que podem aumentar o risco de câncer de pulmão, devido às exposições ocupacionais. Entre elas estão as atividades de pavimentação, fabricação de borracha, pinturas e varreduras de chaminé. As profissões “bombeiro hidráulico, encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservação do couro, soprador de vidro, limpeza e manutenção e mecânico também estão na lista de fatores de risco para câncer de pulmão.
Assim como atividades de trabalhadores rurais que fazem uso de agrotóxicos, profissinais da construção, cortume, fundição de metais (cobre, ferro e aço), colaboradores de indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e de papel, têxtil, metalúrgica, de metal pesado, indústria nuclear, de eletroeletrônicos, de aeronaves e de aparelhos médicos, de vidro), produtores de fertilizantes, coque e negro de fumo, mineração, fábrica de baterias, produção de pigmentos também estão mais suscetíveis à doença no pulmão, segundo o relatório do INCA de diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho.
No caso desses profissionais, a orientação é sempre utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e redobrar a atenção à saúde e consultas médicas caso o trabalhador seja fumante ou ex-fumante . “Os EPIs devem ser usados sempre, pois colaboram para distanciar o profissional de agentes tóxicos, dificultando assim a inalação e contato com substâncias nocivas ao pulmão“, enfatiza o oncologista.
Sintomas e tratamentos de câncer de pulmão
De acordo com Carlos Gil Ferreira, em muitos casos o câncer de pulmão é silencioso e a maior parte dos sintomas surge somente em fases mais avançadas da doença. Por isso, é preciso atenção e consultas médicas regulares em caso de exposição a fatores de risco. “O câncer de pulmão apresenta os mesmos sintomas, seja em pacientes fumantes ou não fumantes. Tosse persistente por mais de 1 mês, seguida de sangue ou piora progressiva, dor torácica que não relacionada à traumas, dificuldade para respirar e perda de peso inexplicada são alguns dos mais comuns”, explica o médico presidente do Instituto Oncoclínicas, reforçando que quanto mais rápido for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de obter tratamentos mais eficazes e de cura.
O tratamento do câncer de pulmão é multidisciplinar e pode variar de acordo com a fase da doença, localização do tumor e saúde do paciente. Entre as ações, o especialista pode recomendar cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo. “É importante destacar que o Brasil tem avançado muito, tanto nas ações de controle ao tabagismo, importante para fumantes e não fumantes, quanto no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e menos agressivos À saúde do paciente”, finaliza Carlos Gil.
*Informações Assessoria de Imprensa