Acredite ou não, seu dentista pode ser o primeiro profissional de saúde a detectar sinais de osteoporose. Isso porque a perda dentária, o recuo da gengiva e dentes com mobilidade mais acentuada são indicadores dos estágios iniciais da doença, caracterizada pelo afinamento gradual da densidade óssea e que acomete mais comumente mulheres a partir dos 50 anos.
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Além da osteoporose, outras doenças podem ser identificadas pelo exame bucal. “Estudos estimam dezenas de doenças que se manifestam pela boca. Até a língua é um grande indicador de saúde. Sua coloração, textura e odor podem ser determinantes para o diagnóstico de patologias. Aos interessados em procedimentos estéticos, é crucial ir a um dentista que tenha experiência em diagnóstico e priorize um exame bucal detalhado, antes de iniciar qualquer intervenção. Caso contrário, há o risco de ‘maquiar’ vários sinais de doenças”, alerta Marcelo Kyrillos, cirurgião-dentista da clínica Ateliê Oral.
A seguir, Kyrillos cita outros exemplos de problemas de saúde que podem ser identificados na cadeira do dentista.
Refluxo: dentes rachados e deteriorados podem sinalizar refluxo gastroesofágico ou ácido. No primeiro, o ácido do estômago sobe de volta para o esôfago. Esse ácido pode chegar à boca e, eventualmente, dissolver as camadas dos dentes. A perda do esmalte dentário é permanente e, sem detecção e tratamento adequado, pode resultar na rápida deterioração dos mesmos.
Depressão ou ansiedade: a erosão dentária também pode ser um indicativo de ansiedade ou depressão. Pacientes com esse quadro, costumam desenvolver bruxismo que é o apertamento dos dentes, ocasionando ainda problemas graves de articulação e dores crônicas na região cervical, cabeça e pescoço.
Câncer de boca: lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias; dor persistente na boca, na garganta ou no ouvido; dificuldade ao engolir; qualquer inchaço ou nódulo na boca, na garganta ou no pescoço que não diminuem; rouquidão ou mudanças na voz que persistem, podem ser sinais de câncer oral.
Anemia: a ausência de glóbulos vermelhos saudáveis causa fadiga, palidez, falta de ar e tonturas. Outra manifestação é uma língua mais lisa e descorada (ideal é que esse músculo esteja sempre áspero e brilhante).
Diabetes: os níveis elevados de glicose no sangue podem afetar as células sensoriais do paladar, causando um gosto amargo ou gosto de sal na boca. Além disso, o diabetes pode aumentar o risco de infecções nas gengivas e nos ossos que sustentam os dentes, ocasionando a perda dentária e deixando, frequentes, as gengivas vermelhas e sensíveis. Importante ainda dar atenção ao sangramento gengival, que é frequentemente um dos primeiros sinais de doença periodontal, e pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver essa condição.
“Ir ao dentista é tão sério como os check-ups de sangue, urina, ou de imagem. Isso porque odontologia não se resume a dentes. Por isso, é fundamental escolher profissionais que priorizem um exame clínico aprofundado, considerando a saúde e a função da boca em primeiro lugar, colocando a estética somente como uma aliada”, destaca.
*Informações Assessoria de Imprensa