Pesquisas: anemia merece atenção e prevenir é o melhor caminho

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(Foto: stefamerpik/Freepik)

A anemia é uma condição clínica que afeta 30% da população global, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela é caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina no sangue, decorrente da deficiência de nutrientes naturais, como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.

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No Brasil, a anemia ferropriva é a forma mais comum, representando 90% dos casos, conforme o Ministério da Saúde. Os grupos mais vulneráveis incluem mulheres, com uma prevalência de 29,4%, e crianças menores de 5 anos (20,9%).

A doença pode trazer sérias consequências para a saúde física e mental, como diminuição da capacidade de aprendizagem, perda significativa de habilidade cognitiva, retardamento do crescimento, apatia e mortalidade perinatal. Por isso, ela exige atenção especial e deve ser, sempre que possível, prevenida.

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a prevenção da anemia pode ser feita com uma dieta balanceada e rica em ferro. Para isso, é indicada a inclusão de carne vermelha, legumes, feijão e vegetais de folhas escuras, como brócolis e couve, no cardápio.

Para melhorar a absorção do mineral, também é recomendado consumir alimentos ricos em vitamina C, como laranja, abacaxi e limão. A Febrasgo ressalta que alimentos lácteos, ricos em cálcio, podem prejudicar a absorção de ferro. Para quem é adepto das dietas vegetariana e vegana, a orientação é redobrar a atenção para garantir a ingestão adequada de ferro.

Durante a adolescência, a OMS recomenda a reposição de ferro elementar como medida preventiva contra a anemia. A orientação é a ingestão de 40 miligramas por dia durante dois meses ao longo do ano. Para as meninas em período menstrual, é indicada a ingestão de um comprimido de ferro por dia.

O uso de medicamentos injetáveis, como o noripurum, também pode ser administrado para o tratamento de quem que já convive com a doença e precisa de uma reposição rápida de ferro. No entanto, o uso deve ser orientado por um médico, que irá explicar como funciona o noripurum e o passo a passo para a aplicação.

Já no caso da anemia falciforme, condição hereditária que provoca a deformação dos glóbulos vermelhos, o tratamento ajuda   prevenir crises dolorosas e minimizar danos aos órgãos. Esse controle pode ser feito com o uso de medicamentos analgésicos e, em situações graves, com transfusões de sangue.

Cansaço generalizado e falta de apetite estão entre os sintomas

Segundo o Ministério da Saúde, entre os sinais mais comuns da anemia estão o cansaço generalizado, a palidez de pele e mucosas, menor disposição para o trabalho e a falta de apetite. Nas crianças, ela pode ser o motivo da dificuldade de aprendizagem e da apatia.

Pessoas que percebem a similaridade sintomática devem buscar ajuda médica para obter o diagnóstico correto e realizar o tratamento. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) explica que, quanto mais cedo diagnosticada a condição, melhores as chances de controle e cura.

O diagnóstico da anemia acontece por meio da realização de hemograma, que indicará a queda dos níveis de glóbulos vermelhos. Para definir o melhor tratamento, a Ebserh reforça que é preciso identificar a sua causa subjacente que, na maioria das vezes, está relacionada à deficiência de ferro e pode acontecer por alimentação inadequada, sangramento anormal ou absorção irregular de nutrientes.

Programas de saúde pública devem estar entre as estratégias de tratamento

Estudos recentes, como o publicado no Brazilian Journal of Health Review, destacam a importância da implementação de programas de saúde pública para reduzir a prevalência da anemia ferropriva, especialmente em  regiões de baixa e média renda, nas quais a desnutrição e as infecções crônicas são mais comuns.

Estes programas combinam estratégias de suplementação, fortificação de alimentos e educação nutricional, adaptadas às necessidades locais. Quando bem coordenados, esses esforços têm se mostrado eficazes na redução da anemia e na melhoria da saúde pública global.

No entanto, a pesquisa reforça que o sucesso dessas iniciativas depende da cooperação entre as autoridades de saúde, os profissionais da área e a comunidade, garantindo que as estratégias de prevenção sejam eficientes e sustentáveis ao longo do tempo.

*Informações Assessoria de Imprensa