A ampla popularidade e disponibilidade de medicamentos para perda de peso, como o Ozempic e o Wegovy, segue em ascensão exponencial e preocupa cada vez mais a classe médica, principalmente pela falta de acompanhamento profissional e pelo desconhecimento dos altos riscos causados pelo uso indevido.
De acordo com a endocrinologista do Centro de Excelência em Medicina de São Paulo, Dra. Luiza Soares Isaac Gusmão, embora estes medicamentos sejam seguros e eficazes quando o paciente têm a indicação, o uso “off label“, para fins estéticos sem indicação ou acompanhamento médico têm causado fraqueza, desnutrição, indisposição e problemas na vesícula biliar. “Essa é uma medicação que deve ser iniciada de uma forma mais cautelosa, por conta dos inúmeros efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais importantes, e assim, conforme o uso, ir aumentando progressivamente, de acordo com a tolerância do paciente e com as respostas. A maioria dos pacientes que já vem usando, vem por indicação de colegas que usaram, que foram amigos do trabalho, tiveram um resultado expressivo, mas o que a gente vê é que nem todo mundo precisa ou pode fazer uso”.
“Na minha prática, tenho muitos pacientes que já vêm com o intuito de iniciar o tratamento com esses medicamentos. É um remédio com grande repercussão na mídia e tem resultados muito expressivos. Sabemos que, em média, os pacientes perdem pouco mais de 10% do peso em 20 semanas de tratamento e que, depois de um ano, eles ainda perdem mais, cerca de uns 8% no ano seguinte para aqueles que se mantêm em uso”, afirma. Entretanto, a preocupação vem nos casos de pacientes que já chegam em uso, se queixando de efeitos colaterais extremos, “tive uma paciente que me marcou muito, porque ela começou a usar por conta própria, sem orientação de algum especialista. Ela iniciou o tratamento na dosagem máxima e durante o primeiro mês de uso quase precisou ser internada, tamanha a desidratação e desnutrição”.
A especialista enfatiza que a eficácia de qualquer tratamento de emagrecimento depende de sua personalização e de um acompanhamento constante, considerando fatores como genética, rotina, metabolismo e histórico médico de cada paciente. Um método que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz ou seguro para outra. “Se basear em pesquisas na internet ou até mesmo em conteúdos postados nas redes sociais não é benéfico. É fundamental que o tratamento de emagrecimento seja personalizado, levando em consideração as particularidades de cada paciente. A abordagem deve ser adaptada às necessidades individuais, garantindo que o plano de tratamento seja extremamente eficaz e, principalmente, seguro”, acrescenta a especialista.
Para emagrecer de forma saudável, Luiza Gusmão reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar que combine alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e, quando necessário, o uso de medicamentos sob rigorosa supervisão médica. “Perder peso é um processo que deve ser feito com segurança e responsabilidade. Cada paciente é único, sendo necessária a orientação profissional para garantir que o tratamento seja o mais saudável, seguro e durável possível”, conclui a especialista.
*Informações Assessoria de Imprensa