Anualmente as sociedades mundiais relacionadas à terapia nutricional chamam atenção da população e dos profissionais de saúde da dimensão e do impacto da desnutrição hospitalar. A taxa varia entre 20% e 50% em adultos hospitalizados, sendo de 40% a 60% no momento da admissão do paciente, em países latino-americanos.
A desnutrição tem uma variedade de definições, mas pode ser compreendida como a falta de nutrientes adequados para atender às necessidades do organismo seja por ingestão reduzida, má absorção ou aumento da necessidade de nutrientes causada por algum estado clínico ou doença. “Este desequilíbrio no aporte de energia e de nutrientes durante a hospitalização está associado a piores desfechos clínicos, como: maiores taxas de morbidade e mortalidade, maior tempo de internação, atraso no processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão e necessidade de cuidados intensivos”, informa Priscilla Barreto, nutricionista especialista em nutrição parenteral e enteral e Medical Science Liaison da Baxter.
As intervenções nutricionais durante a linha de cuidado na hospitalização têm sido relatadas por auxiliar nos melhores resultados do paciente. Para Priscilla, “um dos primeiros passos é reconhecer a alta prevalência e as consequências da desnutrição, sendo preciso identificar o risco nutricional do paciente no momento da admissão hospitalar, contribuindo para uma intervenção precoce”.
Quando não é possível alimentar-se pela boca ou quando a ingestão se mantém insuficiente mesmo após estratégias como por exemplo a introdução de suplemento alimentar, entra em ação uma equipe interdisciplinar (formada por médicos, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos) que avalia as necessidades do paciente e a melhor via da terapia nutricional conforme indicação clínica: nutrição enteral e/ou nutrição parenteral, que podem, quando possível, ser associados à dieta por via oral.
A nutrição enteral é uma dieta líquida administrada por meio de sonda introduzida pelo nariz ou pela boca e posicionada no estômago ou no intestino delgado ou por uma sonda introduzida diretamente no estômago ou intestino através de uma punção ou pequeno corte. Já a nutrição parenteral é realizada através da via intravenosa, onde os nutrientes, são administrados diretamente na corrente sanguínea.
O objetivo da nutrição enteral ou parenteral é substituir ou complementar a alimentação tradicional, garantindo a entrega suficiente de nutrientes que vão contribuir para fortalecer o sistema imunológico, minimizar complicações cirúrgicas, melhorar processo de cicatrização, e melhorar o estado nutricional do paciente, bem como a sua saúde e a qualidade de vida.
“A desnutrição aumenta triplamente o risco de mortalidade e o dobro do tempo de internação e pesquisas feitas em todo o mundo mostram que apesar dos números alarmantes da prevalência intra-hospitalar, a intervenção nutricional adequada para pacientes hospitalizados ainda está muito aquém do ideal, sendo fundamental a constante divulgação deste tema para conscientização da população e dos profissionais de saúde, evidenciando o papel da nutrição seja ela por via oral, enteral ou parenteral no cuidado e assistência ao paciente, e nos resultados relacionados à saúde”, finaliza Priscilla.
*Informações Assessoria de Imprensa