
“Imunização para Todos é Humanamente Possível” é o tema da Semana Mundial de Imunização, que acontece até 30 de abril e visa destacar não apenas o que a vacinação faz para melhorar vidas hoje, mas também o que pode conquistar nas próximas décadas, promovendo o uso de vacinas na proteção contra doenças em pessoas de todas as idades. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a vacinação salvou seis vidas a cada minuto desde 1974. Cerca de cinco milhões de vidas são salvas pelas vacinas todos os anos.
Leia também – Parceria que salva vidas: o papel dos obstetras e infectologistas na vacinação
Mais de 30 doenças podem ser evitadas pela vacinação. “Infelizmente, a OMS também mostra que 22 milhões de crianças não tomaram a primeira vacina contra o sarampo em 2023, o que preocupa e abre espaço para o retorno da doença. Nos últimos 50 anos, as vacinas salvaram 154 milhões de pessoas e estima-se que 94 milhões dessas vidas foram salvas graças à vacina contra o sarampo”, comenta Cláudia Cavalcanti Valente, Coordenadora do Departamento Científico de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Em 2023, cerca de 14,5 milhões de crianças não receberam sequer uma dose de vacina. Apesar de a vacina contra o sarampo ter salvado mais vidas do que qualquer outra nos últimos 50 anos, mais de 22 milhões de crianças ainda não receberam a primeira dose, e outras 12 milhões perderam a segunda.
Segurança das Vacinas
Os eventos alérgicos pós-vacinais são raros. Claudia diz que é preciso trabalhar a confiança nas vacinas para evitar a hesitação vacinal. “Reações alérgicas leves ou moderadas não são contraindicação para a maioria dos casos. De um modo geral, anafilaxias ou reações graves após a primeira dose de uma vacina são contraindicações para receber doses futuras”, explica a especialista da ASBAI.
No entanto, pessoas que tiveram alguma reação alérgica grave precisam ser avaliadas pelo especialista. Dependendo do risco epidemiológico de adquirir uma doença infecciosa grave, o alergista avaliará, em conjunto com paciente, alternativas seguras.
Alergia ao ovo: Pessoas com alergia ao ovo não têm contraindicação para receber todas as vacinas de um modo geral. “O cuidado especial será aplicado em relação a pessoas alérgicas ao ovo com sintomas graves após a ingestão (anafilaxia), que precisam receber a vacina febre amarela. Nestes casos, a avaliação individualizada é desejável. É possível a realização de testes cutâneos com a vacina da febre amarela e, dependendo do resultado, a pessoa poderá receber a vacina em doses fracionadas, sob supervisão de até 60 minutos”, detalha Claúdia Valente.
Alergia ao leite: Pessoas com alergia ao leite de vaca poderão receber todas as vacinas do calendário vacinal, exceto vacinas que contenham proteínas hidrolisadas do leite.
HPV – Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
“Temos vacina para frear esse crescimento do câncer de colo uterino. Nas meninas, a cobertura para uma dose é de 80%, para os meninos ainda é somente 60%”, conta a especialista da ASBAI.
Vacinação nas Escolas
A escola é um ambiente estratégico para práticas de promoção à saúde. O Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, lançou, em parceria com as escolas e municípios, a Estratégia de Vacinação nas Escolas com a meta de vacinação de 90% da população de 9 meses a 5 anos de idade (vacinas tríplice viral, febre amarela e DTP) e de 5 anos até 15 anos de idade com estas vacinas e mais HPV (papilomavírus humano), Meningocócica ACWY e Dengue (nas localidades contempladas pela vacinação de 10 aos 14 anos de idade).
*Informações Assessoria de Imprensa