Vacinação contra Covid-19 de idosos com mais de 90 anos já apresenta resultados

A vacinação contra Covid-19 de idosos com mais de 90 anos já apresenta resultados. Esse público foi um primeiros no cronograma de imunização, que teve início há cerca de dois meses. Apesar do momento difícil da pandemia em março de 2021, os idosos nesta faixa etária já são menos afetados pela doença.

Isto é o que indica um levantamento realizado por José Rocha Faria, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pesquisador do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica (Epicenter) da Universidade. Os dados são referentes a Curitiba.

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Nos 30 dias que antecederam o início da vacinação na cidade, entre 22 de dezembro de 2020 e 20 de janeiro de 2021, a letalidade nos idosos desse grupo foi de 31,5%. Já nos dias compreendidos entre 7 de fevereiro e 8 de março, a taxa caiu para 25%. A análise foi realizada utilizando a base aberta de dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Quanto ao número total de óbitos, houve uma redução de 10% entre o primeiro e o segundo período analisados. A faixa etária que registrou a maior redução foi, justamente, a de idosos com 90 anos ou mais. Se no período inicial da análise os óbitos de idosos dessa faixa etária respondiam por 5,9%, no período após a vacinação o percentual caiu para 3,9%. A redução no número de casos também foi bastante significativa: foram 73 mortes no primeiro período e 56 no segundo, redução de 23%.

Para Faria, os dados chamam muito a atenção pelo fato de que o período analisado teve início apenas cerca de duas semanas após o começo da vacinação em Curitiba. “Temos que considerar que neste período muitos dos idosos só haviam recebido a primeira dose do imunizante. Mesmo assim, vimos esse declínio na letalidade e no número de casos. Ainda que devamos considerar a possibilidade de que esse grupo tenha se isolado mais nas últimas semanas, resultando numa menor taxa de contágio, dois fatores sugerem fortemente um efeito da imunização: quando analisamos as faixas etárias de 80 a 89 e de 70 a 79 anos, não vemos qualquer redução significativa dos óbitos, além disso, a redução da letalidade fala muito a favor de um efeito já da imunização”, explica.

O pesquisador lembra que diversos estudos já divulgados sobre as vacinas CoronaVac e de Oxford mostram não só a redução no risco de contágio, mas, principalmente, uma diminuição mais significativa no risco de desenvolvimento de quadros mais graves, que exigem, por exemplo, hospitalização e intubação.

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