“Vacina é uma medida preventiva que traz a possibilidade de controlar a doença”, diz pesquisadora do Hospital de Clínicas do Paraná

    O Complexo Hospital de Clínicas (CHC), vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi um dos 12 centros de pesquisa que participaram da fase 3 do estudo coordenado pelo Instituto Butantan para a comprovação da eficácia e segurança de uma vacina contra a Covid-19, a CoronaVac.  A vacina é uma medida preventiva que realmente traz a possibilidade de controlar a doença, somando-se às alternativas não farmacológicas para o controle da epidemia no país, segundo a pesquisadora Sonia Raboni, que coordenou os estudos no HC. Ela também é médica infectologista e chefe da Unidade de Infectologia do Hospital de Clínicas.

    No CHC os testes começaram no dia 07 de agosto de 2020, com a meta inicial de inclusão de 852 participantes. Os voluntários, que foram profissionais da saúde que atuam na linha de frente da Covid-19, serão acompanhados por um período de um ano. A partir do momento em que o profissional foi incluído na pesquisa, um cronograma de reavaliações foi planejado, incluindo oito visitas presenciais, em que o participante é submetido a uma avaliação médica e coleta de exames para que sejam verificadas a produção de anticorpos e duração dessa imunidade, bem como a presença de sintomas sugestivos de infecção por Covid-19.

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    O CHC-UFPR foi um dos centros de pesquisa mais avançados na testagem dos voluntários para o estudo da vacina contra a Covid-19, do laboratório chinês Sinovac Biotech. A meta inicial da psequisa no CHC foi atingida rapidamente, o que permitiu incluir mais 548 novos testes até o final de setembro, totalizando 1400 profissionais de saúde participantes dos testes no Paraná.

    Sobre a aprovação para uso emergencial da CoronaVac, Sonia Raboni destacou que a aprovação do protocolo de uso da vacina “é extremamente importante principalmente nesse momento crítico da epidemia com aumento de casos na maioria das regiões”.

    Cerca de 100 pessoas estão trabalhando nesse estudo no CHC. “ O nosso grupo recebeu a notícia da aprovação do uso emergencial com grande satisfação, pois é fruto de nosso trabalho e pudemos contribuir para muitos dos resultados que foram apresentados”.

    A médica ressalta que, desde o início dos testes, a vacina se mostrou bastante segura, com eventos adversos leves, sendo esses resultados já previstos em termos de segurança para uma vacina de vírus inativado. Segundo ela, os resultados são muito bons e espera-se que estes se mantenham à medida que haverá uma ampliação do número de pessoas vacinadas.

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