A Unimed Ponta Grossa promoveu, na última sexta-feira (10), o primeiro Compliance Day, evento interno voltados aos colaboradores para celebrar dois valores importantes da cooperativa: a inovação e a integridade. Para atingir um número maior de participantes, o encontro foi feito em formato híbrido, podendo ser acompanhado presencialmente no auditório da cooperativa ou via transmissão online, em dois horários.
O tema do evento foi “Inovação e proteção de dados” e, para interligar os assuntos, a organização aproveitou o já conhecido Encontro Inova, que é feito todas as sextas-feiras para os colaboradores discutirem inovação, e conectou ao Compliance Day.
Leia também – Saúde e Compliance na era da Governança de Riscos
Leia também – Dispositivos médicos também devem ser adequados à LGPD
Leia também – Os desafios da implementação da LGPD na área da Saúde
Para Eduardo Bacila de Sousa, diretor-presidente da Unimed Ponta Grossa, a interdisciplinaridade é um denominador comum que traz oportunidades de melhoria. “O Fabricio, um dos nossos convidados, liderou um projeto de inovação no sistema judiciário e pode nos trazer insights para inovar em fluxos e processos semelhantes. A Lei Geral de Proteção de Dados tem sido cada vez mais discutida e quanto mais nos aprofundarmos em segurança, lei, inovação, mais podemos aprender e evoluir internamente”.
Fabio Teixeira, compliance officer da Unimed Ponta Grossa, reitera a relação entre os temas escolhidos para o evento. “A união de inovação e integridade é muito clara dentro da cooperativa, no alcance de soluções que atendam às necessidades internas e de nossos públicos de relacionamento, e não diferentemente nas rotinas do nosso Programa de Integridade, o Íntegro, seja no campo da comunicação, treinamentos, ações internas e nos demais processos e necessidades inerentes ao programa. Além disso, na contribuição do fortalecimento da cultura da cooperativa, em nossa adesão cotidiana, individual e coletiva, de fazermos aquilo que é certo, por convicção.”
Para abrir o evento, o primeiro convidado foi o Dr. Fabricio Bittencourt, juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa e líder do MindTheGap Project: Inovação em Direito.
A partir de uma dinâmica interativa, Bittencourt contextualizou as tendências de inovação e afunilou a conversa trazendo os interesses da Unimed Ponta Grossa e instigou a reflexão sobre oportunidades dentro do segmento, que podem ser identificadas e aproveitadas pelo próprio público interno.
“A grande importância de as empresas discutirem inovação hoje é a geração de riqueza dentro da própria instituição, para que todas as pessoas que trabalham nela possam trazer soluções de dentro pra fora. Esse incentivo à cultura de inovação contribui para dar voz a talentos e percepções. Quanto maior a instituição, maior a chance de encontrar soluções por meio do ponto de vista das pessoas que trabalham ali”.
A segunda convidada do Compliance Day foi a Dra. Maria Heloisa Chiaverini de Melo, mestranda em Governança e Proteção de Dados Pessoais em Startups e especialista em Proteção de Dados Pessoais, Formação em Banco de Dados e Mineração de Dados.
Ao esclarecer os principais conceitos sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e os desafios do uso de dados, Maria fez uma correlação entre os principais dados pessoais – sensíveis ou não – utilizados pela área da saúde e orientou sobre os cuidados no tratamento destes dados. Para ela, o interesse em trazer à tona esses temas aos colaboradores contribui não somente com o aspecto institucional, mas também com a sociedade como um todo.
“São empresas que trazem confiança, preocupadas com gestão de risco e que se importam com o impacto que podem causar. A proteção de dados influencia na personalidade das pessoas e na maneira com que elas vão agir no ambiente macro. Se a instituição tem a percepção desse seu papel na sociedade, ela entrega valor, não somente produto. Ela entende o papel social que ela tem. Um evento como esse mostra que a preocupação de vocês é genuína. Vocês conseguiram integrar os valores da cooperativa, fazer com que eles saíssem do papel e fossem reais. Saíram do ‘como deve ser’ para o ‘ser’”, frisou.
A conversa também englobou a posse e a proteção de dados no âmbito do colaborador como cidadão, abordando os cuidados que se deve ter ao fornecer os próprios dados, ressaltando que são as pessoas as donas dos próprios dados, não as empresas.
“O princípio da transparência é o mais importante. Pergunte o motivo porque as empresas estão solicitando aqueles dados, coletando aquele tipo de informação. O dado é sobre você e você precisa estar confortável em compartilhar essas informações pessoais. A dona do dado é a pessoa e as empresas precisam explicar para que eles serão usados, para que a pessoa possa decidir se vai compartilhar ou não”.
O primeiro Compliance Day da Unimed Ponta Grossa contou com mais de 200 participações. “Superou as expectativas. Teve um alcance, engajamento e participação direta e nos levou a reflexões marcantes frente, não só ao tema, mas ao momento em que vivemos, à realidade do mercado e ao que precisamos estar atentos quanto às necessidades profissionais deste tempo, principalmente as habilidades necessárias nos ambientes organizacionais”, analisa o compliance officer.
Leia também – LGPD funcionará como filtro para plataformas de telemedicina