Temperaturas frias do inverno aumentam o risco de doenças cardíacas

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(Foto: Divulgação)

No inverno, o foco em relação aos cuidados com a saúde geralmente se volta para doenças respiratórias, como gripes e resfriados. No entanto, o impacto das baixas temperaturas também pode ser significativo para a saúde cardiovascular. Infartos, crises hipertensivas e outras complicações cardíacas tendem a aumentar durante a estação fria, alertam especialistas.

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Miguel Morita, médico cardiologista da clínica Quanta Diagnóstico por Imagem, explica que “o inverno pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, especialmente ataque de coração, ataque cardíaco ou infarto do miocárdio, isso está relacionado especificamente à temperatura fria”. Quando ocorre com muita intensidade, o frio causa vasoconstrição periférica, ou seja, o corpo reduz o fluxo sanguíneo para a pele e para as extremidades para manter o calor. Esse fenômeno aumenta a pressão sobre o coração, que precisa trabalhar mais para manter a circulação adequada, elevando o risco de complicações cardíacas.

Pessoas com condições pré-existentes, como obstruções nas artérias do coração ou angina, são particularmente vulneráveis ao frio. Além disso, determinadas doenças respiratórias, tão comuns nesta época do ano, podem agravar o panorama. “Pacientes que têm insuficiência cardíaca, quando contraem uma gripe ou uma pneumonia, podem descompensar mais facilmente por causa desse quadro infeccioso,” alerta Morita. Em determinados casos, os somatório de problemas respiratórios e cardíacos pode contribuir para um aumento na mortalidade cardiovascular.

A viscosidade do sangue também é um fator importante. Durante o inverno, o sangue tende a se tornar mais espesso, o que pode contribuir para a obstrução das artérias e, consequentemente, para eventos como infartos. Morita observa que “um estudo comparou pessoas com angina, ou seja, que possuem artérias coronárias obstruídas, com indivíduos saudáveis e descobriu que, ao inalar ar frio, o fluxo sanguíneo no coração diminui nas pessoas com doença coronária, aumentando risco de faltar sangue no coração, que é exatamente o que leva ao infarto”.

O especialista destaca que a incidência de doenças cardiovasculares aumenta em temperaturas abaixo de 12 graus Celsius. Embora a maior parte dos estudos tenha sido realizada em países com invernos rigorosos, análises informais indicam que essa tendência também pode ser observada em regiões com inverno mais ameno, como o Brasil. “Mesmo em países com inverno menos severo, infartos e mortes vasculares parecem ser mais comuns nesta estação do ano,” ressalta Morita.

Entre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares estão a pressão alta, a diabetes, o colesterol alto, a obesidade, o tabagismo, além do sedentarismo, que foi comprovado em um estudo realizado por uma equipe da Quanta como fator que mais leva ao aumento de mortes cardiovasculares. A idade também pode contribuir. Idosos são especialmente suscetíveis a ter complicações no coração relacionadas ao frio.

Para minimizar os riscos, o médico recomenda algumas precauções. “É fundamental se manter aquecido durante o inverno, especialmente em temperaturas muito baixas. Além disso, ao realizar exercícios físicos em dias frios, é importante estar bem aquecido para reduzir as complicações cardíacas.” A prática regular de exercícios físicos, uma dieta equilibrada e a adoção de hábitos saudáveis ao longo do ano são essenciais para proteger o coração. Manter-se ativo e consumir alimentos nutritivos pode ajudar a prevenir problemas cardíacos em qualquer época do ano.

*Informações Assessoria de Imprensa