Para Luciene Bandeira, psicóloga e diretora de saúde mental da Conexa, o que explica o aumento é que a modalidade de atendimento online promoveu mais acesso aos serviços de cuidados pessoais de forma facilitada e discreta. “A possibilidade de realizar as consultas sem precisar se deslocar para um consultório físico, sem precisar pedir licença no horário de trabalho e as facilidades que a tecnologia oferece encorajaram as pessoas a iniciar ou dar continuidade aos acompanhamentos psicológicos e psiquiátricos. Cuidar da saúde mental deixa de ser algo estigmatizado para ser um hábito de autocuidado e busca de bem-estar, que é tão importante e natural como o cuidado com a saúde física”.
A especialista ainda explica que, por serem muitos anos de desinformação sobre o tema, a população ainda tem dificuldade de entender qual profissional deve procurar primeiro e quais são os caminhos para o cuidado da saúde da mente. Segundo ela, algumas pessoas ainda associam o médico psiquiatra a casos mais severos e outras consideram que só o psicólogo é suficiente para cuidar de um caso mais grave, quando na verdade os melhores resultados vêm do cuidado integral que, inclusive, pode incluir profissionais de outras áreas, como de endocrinologia e nutrição para descartar associações com condições físicas de saúde.
“O primeiro passo é reconhecer que precisa de ajuda e buscar, inicialmente, um profissional de psicologia, pois grande parte dos tratamentos envolve um componente comportamental e de reeducação em relação a formas de interpretar os acontecimentos e hábitos da vida. Se houver a necessidade de acompanhamento psiquiátrico com tratamento medicamentoso, o que só é recomendado para casos específicos, o profissional de psicologia orientará o paciente a buscar ou pode até mesmo encaminhá-lo a um psiquiatra”.
Luciene reforça que o cuidado com a saúde mental não é como fazer um checkup anual, e sim um acompanhamento periódico. “A interação entre psicólogo e psiquiatra favorece maior taxa de acerto no ajuste das doses de medicamento e até mesmo na alta do tratamento com remédios. De forma complementar, um potencializa os efeitos do outro, o que aumenta a efetividade e agilidade do tratamento. Em geral, os medicamentos (prescritos pelo psiquiatra) controlam os sintomas, mas para ter resultados mais efetivos a reeducação comportamental é fundamental (com o psicólogo)”.
*Informações Assessoria de Imprensa