Setor privado foi responsável por 43% dos diagnósticos de Covid-19

    A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divulgou, em 26 de fevereiro, que os laboratórios privados associados à entidade realizaram – entre fevereiro e dezembro de 2020 – 10,2 milhões de testes para detecção da Covid-19. Este número representa aproximadamente 43% de todos os exames para esse fim feitos no país no ano passado.

    Desse montante, 4,5 milhões foram exames RT-PCR (padrão ouro para detecção da infecção pelo novo coronavírus na fase ativa da doença) e 5,7 milhões foram testes sorológicos. 

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    Segundo a Abramed, há um ano, quando o surto estava apenas começando no Brasil, os laboratórios privados rapidamente se mobilizaram para desenvolver, in house, os primeiros kits para diagnóstico da doença. “Mesmo diante da escassez global de insumos, a rede privada conseguiu dar início à testagem de forma ágil, permitindo a detecção do vírus o mais rápido possível e auxiliando a indicação do tratamento clínico mais adequado. Além disso, foi essencial para gerenciamento dos casos e a tomada de decisão sobre medidas de isolamento necessárias para evitar a disseminação acelerada do patógeno”, pontua Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da entidade.

    Posteriormente, esses mesmos laboratórios também atuaram na busca por exames alternativos e, hoje, existe uma sequência de testes que contribuem com a detecção da infecção. Além do RT-PCR e dos testes sorológicos capazes de identificar anticorpos e, assim, mostrar que aquele paciente já teve algum contato com o vírus, estão disponíveis outras modalidades diagnósticas como a proteômica, o RT-LAMP, o sequenciamento genético de nova geração, e os exames de imagem que contribuem com a melhor compreensão sobre o comprometimento pulmonar ocasionado pela doença.

    Paralelamente à grande quantidade de testes para Covid-19 realizados ao longo de 12 meses, o setor demonstra preocupação com o represamento de tantos outros exames indispensáveis à prevenção e diagnóstico precoce de patologias. Em abril de 2020, por exemplo, quando a crise estava em um momento de ápice e diante de uma população bastante assustada, houve redução de 62% no número de autorizações emitidas pelos planos de saúde para realização de exames e terapias.

    A queda persistiu por meses até que, em novembro, as autorizações entraram novamente em uma margem positiva e voltaram a subir. Dessa forma, estima-se uma redução de 15,3% no total de exames complementares previstos na saúde suplementar, o que representa um total de 147 milhões em 2020.

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