Sequelas da Covid-19 na visão

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Cerca de 20% dos pacientes com a forma mais grave do Covid-19 tiveram como sequela graves problemas de visão, com o comprometimento da retina. Em alguns casos, sofreram danos irreversíveis na saúde dos olhos. A conclusão sobre a sequela da Covid-19 na visão está em um estudo brasileiro realizado recentemente com 104 pacientes internados em UTIs de São Paulo, e publicado na revista médica Ocular Immunology and Inflammation Journal.

Os danos na retina funcionam como biomarcadores de possíveis complicações no sistema nervoso. Já se sabe que de 30% a 40% dos pacientes com Covid-19 sofrem alterações neurológicas.  A retina é parte do sistema nervoso central. Ela constitui a camada mais interna do globo ocular, que transforma a luz em sinais elétricos e forma as imagens.

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O estudo foi coordenado pelo oftalmologista e presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Rubens Belfort Junior. Foram avaliados 60 pacientes com Covid internados no Hospital Municipal de Barueri e outros 44 no Hospital de São Paulo. Desses, 21,9% apresentaram comprometimento vascular da retina, com 3% sofrendo danos permanentes na visão. Aconteceram variados tipos de danos, como microtrombos e hemorragias. Alguns apresentaram lesões em ambos os olhos. Os cientistas observaram que as lesões ocorrem tanto em pacientes intubados quanto nos que respiram sem ventilação mecânica.

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Sequela da Covid-19 na visão

Para o médico oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Carlos Augusto Moreira Neto, o estudo revela aspectos importantes do vírus sobre a saúde ocular das pessoas. “Vencer o Covid depois da hospitalização é uma grande vitória para os pacientes. Porém, esse estudo mostra que os danos causados à visão são graves e necessitam ser tratados por um especialista. Como se trata de uma doença nova, a ciência, aos poucos, vai revelando muitos aspectos importantes. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido”, comenta o oftalmologista.

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Contágio pelos olhos

A maioria dos casos de contágio por Covid se dá pela boca e pelo nariz, daí a necessidade de usar máscaras de proteção. Entretanto, é possível também contrair o vírus pelos olhos. Estudo feito por pesquisadores da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriu que a mucosa dos olhos pode servir tanto como porta de entrada quanto como reservatório do novo coronavírus. Isso significa que o vírus pode entrar e ficar armazenado nos olhos por um tempo.

Para evitar a contaminação pelos olhos, autoridade de saúde pedem que as pessoas evitem coçar os olhos, já que as mãos podem ter contato com alguma superfície contaminada, e a higienização constante das mãos com álcool gel. Vale lembrar que o primeiro caso de Covid no mundo foi diagnosticado pelo oftalmologista chinês Li Wenliang, no final de 2019.  Na ocasião, ao atender vários pacientes com conjuntivite, notou que eles apresentavam os sintomas de falta de ar e febre. Na sequência, veio a confirmação do diagnóstico de Covid.

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