O Governo do Estado, em ação da Secretaria da Saúde (SES), deu início em 7 de março de 2023 à campanha “Vacina 100 Dúvidas”. Na oportunidade, também inaugurará oficialmente e abrirá para visitação pública o Museu da Vacina de São Paulo.
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A meta é disseminar informações científicas de forma simples e didática entre toda a população paulista, para trazer luz ao processo de imunização, combater fakenews e, por consequência, estimular e ampliar a vacinação.
Assim, a campanha trará respostas a questões diversas, como por que é imprescindível tomar vacina para gripe todos os anos, em quais épocas do ano estamos mais suscetíveis a certas doenças, como funcionam as distintas vacinas, como são produzidas, entre outras.
Tanto o lançamento da campanha “Vacina 100 Dúvidas” quanto a inauguração do Museu da Vacina de São Paulo ocorrerão em solenidade pública, com participação da imprensa, aos 07 de março de 2023, às 9h, no Instituto Butantan (Avenida Vital Brasil, 1500). O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Saúde, Eleuses Vieira de Paiva, compartilharão mais detalhes sobre as iniciativas e objetivos.
De acordo com o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, a louvável conta com o apoio da classe médica do Estado. A APM está compromissada a levar a campanha aos profissionais de todo o Estado por meio de suas 72 Regionais, além de desenvolver um forte trabalho de esclarecimento junto a população.
Gomes do Amaral pondera que uma comunicação eficiente é a “melhor vacina” contra o mal do negacionismo. Ele ressalta ainda que desde o período de transição de governo, o secretário da Saúde, Eleuses Paiva, posta-se com deferência à classe médica, ouvindo-a invariavelmente para balizar decisões de cunho científico e políticas da área.
“Nosso secretário Eleuses Paiva tem como foco a construção de um modelo de Saúde que transforme São Paulo em exemplo para todo o Brasil. Como presidente da Associação Paulista de Medicina, posso testemunhar que nunca foi tão grande nossa participação e possibilidade de colaboração em um governo”.
Antônio José Gonçalves, vice-presidente da APM, igualmente enaltece o trabalho da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, assim como a campanha “Vacina 100 Dúvidas”.
“É uma ação essencial no sentido de recuperar a importância e o valor da imunização como uma das atividades fundamentais, uma das medidas essenciais para o controle de determinadas doenças. O Brasil sempre foi exemplo no campo da vacinação. Temos uma infraestrutura invejável, haja visto a boa resposta que demos na pandemia, a despeito de todas as incertezas. Poucos países tiveram a capacidade de vacinar tantas pessoas em um espaço de tempo tão curto.”
A campanha, prossegue Antonio José, é mister para esclarecer, para acabar com as inverdades sobre imunização que frutificaram em anos recentes:
“O que sabemos de verdade é que a vacinação minimiza os efeitos das doenças, evita mortes. Precisamos retomar essa consciência entre a população e ampliar a cobertura. É extremamente relevante que o nosso estado, uma vanguarda da Federação, tome as rédeas com responsabilidade. Temos de ser referência e líderes de vacinação; as campanhas precisam de adesão em massa, acima de 90%, 95%, como era antes”.
Na avaliação do infectologista Renato Kfouri, membro do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, a despeito de São Paulo ter uma das melhores taxas de cobertura vacinal do país, há, sim, espaço para melhoras, para reconquistar aquele protagonismo em termos de cobertura vacinal que o Brasil e São Paulo sempre tiveram em comparação com outros países.
Portanto, ele completa, “eleger a vacinação como prioridade, como o faz a Secretaria da Saúde, é um grande avanço, especialmente porque necessitamos de campanhas de comunicação mostrando para a população o valor da iminuzação e a necessidade de se continuar vacinando mesmo com as doenças controladas, porque o principal motivo que leva as pessoas a não se vacinarem ou relaxarem nas estratégias de vacinação, por mais paradoxal que possa ser, é o próprio sucesso das vacinas”.
Kfouri compreende, aliás, que a principal missão é explicar e convencer a todos que devem se vacinar para as doenças não voltarem.
“É essa estratégia que a gente precisa adotar, claro, melhorando acesso, horários de funcionamento dos postos, vacinas a domicílio, registro, busca ativa, tudo isso é indispensável, mas a comunicação é fundamental. Sendo essa a prioridade número um, a gente fica muito confortado”.
Clóvis Francisco Constantino, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que a SES acerta ao anunciar a vacinação como prioritária nesse momento. O resgate da confiança, menciona ele, não será um processo curto, ocorrerá no mínimo a médio prazo.
Fica o registro de que nosso Programa Nacional de Imunuzação está completando 50 anos, meio século de sucesso invejável no mundo todo. Contudo, por uma série de razões, as pessoas estão hesitando em se vacinar e em vacinar seus filhos.
“Isso coloca a população em grande perigo”, adverte Constantino. “Doenças graves podem voltar, já estão voltando. Não é possível aceitar uma coisa dessas quando existem vacinas que podem evitar uma situação tão drástica. Doenças antes erradicadas nos ameaçam, como o sarampo. Precisamos recuper os índices da cobertura vacinal”.
O professor de pediatria e de infectologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marco Sáfadi, que também é o atual presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, é mais uma voz a salientar a alta relevância da iniciativa da Secretaria de Saúde do Estado e do governo do Estado de São Paulo de estabelecerem como uma meta prioritária o resgate das coberturas vacinais e do programa de imunizações.
“Isso demonstra a sensatez, a clareza e a correção do ponto de vista de saúde pública em relação a esse tema. Antecipa um cenário que seguramente tem a perspectiva de retomar a credibilidade das vacinas como um instrumento de saúde pública. Importante frisar: um instrumento de benefícios inequívocos para a população, não de um ano ou de décadas, mas de séculos. As vacinas demonstraram, ao longo desse período, que elas melhoram a qualidade de vida, a expectativa de vida do cidadão, diminuem a morbidade das doenças, reduzem hospitalizações, sequelas e número de mortes, ou seja, são instrumentos de saúde pública inquestionáveis no que diz respeito ao seu benefício”.
Evidencia-se assim, pelo senso comum, que resgatar a credibilidade, lutar contra a desinformação e contra as notícias mentirosas que seguramente trazem prejuízo enorme para a população são das mais alvissareiras notícias em saúde dos últimos anos.
“Aplaudo essa iniciativa, entendo como extremamente louvável e antecipo que ela trará frutos aos cidadãos”, acentua Safadi. “Todos se beneficiarão com essa medida que, enfatizo mais uma vez, é louvável e digna de cumprimentos”.
Quanto à inauguração do Museu da Vacina de São Paulo, Antônio José Gonçalves relata que ele funcionará no Butantan, que é um grande centro e fez toda a diferença no enfrentamento à pandemia.
“O Butantan tem tecnologia de ponta, expertise na fabricação de vacinas, é extremamente importante. Certamente terá enorme sucesso ao se abrir a crianças para visitas guiadas, no sentido de explicar para os nossos alunos, especialmente os menores, que estão ainda em uma fase de formação, a importância da vacinação na prevenção das doenças”.
Todos nós temos de nos engajar nessa campanha para poder fazer a diferença na saúde publica do nosso estado, complementa Antônio José.
“Vacina para todos da melhor maneira possível, sem medo, sem problema de efeitos colaterais – porque os efeitos benéficos da vacina superam, e muito, os eventuais efeitos colaterais que ela possa ter”.
*Informações Assessoria de Imprensa