Saúde x Fumo: perigos do cigarro eletrônico

    A relação entre saúde e fumo sempre esteve na pauta sobre prevenção de uma série de doenças. Nos últimos anos, especialistas vêm fazendo alertas também sobre os perigos do cigarro eletrônico. Esse tipo de dispositivo se tornou opção para muitos fumantes como uma forma de substituir o cigarro convencional para liberar a nicotina. No entanto, existem outras substâncias tóxicas, evidenciando os perigos do cigarro eletrônico e a necessidade de sua regulamentação em todo o mundo.

    O cigarro eletrônico possui um depósito, onde é colocado um líquido concentrado de nicotina. Essa substância, que ainda possui um solvente e outro produto para dar sabor, é aquecida e inalada. De acordo com o oncologista torácico Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas, embora não tenha muitas das substâncias tóxicas liberadas pela queima do tabaco, o cigarro eletrônico libera outras substâncias com potencial cancerígeno. “Isso é prejudicial e estudos estão em andamento para avaliar a relação com câncer de pulmão”, diz. A nicotina é considerada droga e pode levar à dependência química, lembra o especialista.

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    A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que os fabricantes desses produtos querem, geralmente, atrair crianças e adolescentes, com uma enorme variedade de aromas e sabores, por exemplo. A preocupação é que a nicotina tem efeitos dramáticos no desenvolvimento do cérebro em menores de 20 anos de idade. Além disso, esse tipo de dispositivo pode fazer com que esses jovens tenham mais chances de se tornarem fumantes pelo restante da vida.

    Cigarro eletrônico x comercialização

    No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, 84 países não contam com quaisquer medidas contra a proliferação deste tipo de produto. Outros 32 países proíbem a venda desses cigarros eletrônicos de nicotina, e 79 adotaram pelo menos uma medida para limitar seu uso, como a proibição da propaganda.

    A importância de combater o fumo e os perigos dos cigarros eletrônicos

    Uma pesquisa de comportamento na pandemia da Fundação Oswaldo Cruz, realizada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas em 2020, mostrou que o consumo de cigarros aumentou durante a pandemia. Segundo Ferreira, o tabagismo é um importante fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como problemas cardiovasculares, doenças respiratórias, diabetes e, o mais grave, câncer de pulmão. “A maioria dos pacientes diagnosticados com a doença é ou já foi fumante. Quem fuma também é mais vulnerável a desenvolver um quadro grave da Covid-19, uma vez que têm o pulmão mais comprometido”, afirma.

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