Saúde ou morte!

    Alguém já falou que estamos todos vivendo a mesma tempestade em alto mar. Os barcos de cada um, no entanto, são distintos. Alguns países e pessoas estão em transatlânticos, outros estão em pequenas canoas. Sabemos que, entretanto, independentemente do tamanho dos barcos, qualquer um, a qualquer hora, pode virar.

    Sejamos, portanto, generosos uns com os outros. Tenhamos fé, esperança, otimismo, mas não neguemos que estamos vivendo uma situação de guerra. E situação de guerra não permite muitas opções. 

    Ninguém quer lockdown, seja pela economia – em especial pela vulnerabilidade de empregados e de pequenos empreendedores, seja pela saúde mental de todos nós.

    Porém, não temos escolha. E a culpa, em certo sentido, é de todos nós. Aqueles que não usam máscara nem mantêm o distanciamento e cuidados de higiene necessários. Aqueles que apesar dos apelos das autoridades continuam fazendo festas, clandestinas ou não. Tantas que fica quase impossível fiscalizar. Aqueles que vão visitar seus parentes no fim do dia ou fim de semana e acham que só porque estão entre “familiares” e “conhecidos” não correm perigo de pegar Covid-19 ou transmitir o vírus e, portanto, abusam de abraços e beijos e negligenciam o uso da máscara. Como se nada estivesse acontecendo.

    Se fosse possível filmar um passo a passo de todos nós nessa pandemia, poderíamos ver que todos os nossos atos, neste momento, implicam, necessariamente, saúde ou morte.

    Costuma-se classificar de crime contra a humanidade, dentro do direito internacional, ataques deliberados contra qualquer população civil. Ataques, esses, obviamente, que implicam sofrimento e/ou morte para essa população. Na maioria das vezes, cometidos por um ente que representa as forças que a governam ou forças de outros Estados organizados. No entanto, eticamente, não poderíamos classificar de crimes contra a humanidade, atos irresponsáveis, causados por nós mesmos, civis, que impliquem a morte de grande parcela da população?

    A cidade de Curitiba, o Paraná, o Brasil, o mundo vive uma situação de calamidade, ou seja, vivemos uma catástrofe, um flagelo comum. O que significa comprometimento, dificuldade, do poder público na atuação contra essa situação. Podemos e devemos cobrar das autoridades medidas que possam minimizar e resolver o mais rápido possível essa crise. Porém, se não fizermos a nossa parte, nada disso vai adiantar.

    Os leitos públicos e privados estão esgotados em muitas cidades. Apesar dos esforços na busca por novas equipes e equipamentos para montar novos leitos, a tarefa está sendo quase como enxugar gelo. Montam-se 10, 20, 30 leitos numa hora e, rapidamente, esgotam-se.

    Este é um daqueles momentos da história em que a pergunta deve ser: o que eu posso fazer para melhorar essa situação? Para proteger minha família e amigos e também a comunidade na qual estou inserido? Se não conseguir pensar em nada para ajudar, saiba que cuidando de si mesmo, vai estar cuidando também do outro.

    Portanto, use máscara, higienize suas mãos com álcool gel e mantenha distanciamento. Se puder, por favor, fique em casa!

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