A data de 10 de fevereiro é especial para todos os desportistas. Nele, se comemora o Dia do Atleta Profissional, homenageando todas as pessoas que fazem do esporte a sua profissão. Para obter bons rendimentos, o atleta precisa ter o apoio multiprofissional. O trabalho do nutricionista e a performance desportiva, por exemplo, estão diretamente ligados. A Nutrição Esportiva tem se mostrado cada vez mais importante para o atleta profissional. É o nutricionista que tem capacidade reconhecida para orientar atletas que buscam melhor desempenho nas suas atividades, com uma alimentação saudável que integre boa qualidade de vida e busca de altas performances.
Gisele Farias (CRN-8 4626)* é especializada em Nutrição Esportiva Funcional e explica que o acompanhamento nutricional de um atleta é complexo e não admite fórmulas mágicas ou imediatistas. “De maneira geral, trata-se de um indivíduo que busca a melhora do seu rendimento. No entanto, a performance é alcançada ao longo da trajetória esportiva, de forma progressiva. As estratégias nutricionais devem ser programadas de acordo com a fase do treino que o atleta se encontra, o que chamamos de periodização nutricional”, comenta.
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Importância da avaliação nutricional
Segundo Gisele, essas estratégias se fundamentam em três pontos principais: a periodização de nutrientes, de acordo com o volume e intensidade do treinamento; a periodização de estratégias que otimizem o rendimento esportivo; e a organização do tipo e do momento da ingestão alimentar, visando a otimização da recuperação do treino. Mas, para pôr em prática essa estratégia, é fundamental uma boa avaliação nutricional. “É uma ferramenta imprescindível para o nutricionista, pois, além de identificar riscos nutricionais, reflete o estado geral de saúde do indivíduo, uma vez que resulta do equilíbrio entre a ingestão e utilização de nutrientes”, afirma.
A avaliação nutricional deve considerar a interconexão entre todos os sistemas corporais, bem como as suas interações com aspectos bioquímicos, fisiológicos, emocionais e cognitivos, fornecendo assim subsídios para determinação do requerimento energético e planejamento dietoterápico mais assertivo. “No contexto do esporte, resgatando os conceitos de bioquímica e fisiologia do exercício, devem ser investigados fatores que interferem no metabolismo energético, no estresse oxidativo, na regulação hormonal, na digestão e absorção de nutrientes, no sistema imunológico, no suporte à destoxificação e biotransformação hepática, no processo inflamatório e no equilíbrio psicológico e espiritual do indivíduo”, diz Gisele.
Para essa avaliação, é imprescindível obter dados antropométricos, bioquímicos, clínicos, dietéticos e de estilo de vida. Os instrumentos para avaliação da composição corporal mais utilizados na prática do nutricionista esportivo são adipômetro, fita métrica, bioimpedância elétrica e ultrassom. “A base da prescrição nutricional do atleta tem relação com as vias bioquímicas dos nutrientes e na fisiologia do exercício. O entendimento das vias metabólicas e mecanismos de regulação das concentrações plasmáticas dos carboidratos, proteínas e lipídios, e de como estes substratos energéticos se transformam em energia para as diversas funções fisiológicas do organismo, orienta a conduta nutricional adequada ao tipo de exercício físico”, conta.
Há nutrientes adequados ao metabolismo predominante de cada exercício. É importante saber que, para um mesmo atleta, a estratégia nutricional para um treino que exige mais força é diferente daquela utilizada para um treino que requer mais aptidão cardiorrespiratória e ambos os treinos podem acontecer no mesmo dia. “E, aqui, reforço a importância dos conhecimentos básicos de bioquímica e fisiologia, assim como da utilização da estratégia da periodização nutricional no acompanhamento desses indivíduos. Individualizar o planejamento alimentar adequado à intensidade e/ou duração do exercício físico, traz benefícios não só para saúde física, mas também mental e emocional do paciente”, explica a especialista.
* Gisele Farias é graduada (UFPR) e pós-doutoranda em Nutrição (UNIFESP). Doutora em Clínica Cirúrgica e mestre em Medicina Interna pela UFPR, é especialista em Nutrição Esportiva Funcional e em Nutrição Clínica Funcional. Tem experiência em atendimento clínico nutricional há 15 anos, com ênfase no acompanhamento de portadores de doenças crônicas, pacientes em preparo ou submetidos a cirurgia bariátrica e em Nutrição Esportiva. É docente na graduação e pós-graduação e pesquisadora na área de obesidade e cirurgia bariátrica.
* Com informações da assessoria de imprensa
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