Aumento do sedentarismo na pandemia: consequências

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O aumento do sedentarismo na pandemia de Covid-19 já revela sérias consequências. Levantamentos comprovam que este foi um dos fenômenos deste período crítico, em função das mudanças repentinas na rotina, o isolamento social, o maior tempo em casa e o home office. As medidas restritivas impactaram diretamente a prática de atividades físicas, o que gerou problemas de saúde na população brasileira. 

Segundo dados apresentados pelo Hospital INC, de Curitiba (PR), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  mostra que 40,3% da população com 18 anos ou mais era classificada naquele ano como insuficientemente inativa, ou seja, não praticava 150 minutos de atividade física moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa durante a semana. O hospital ainda cita como exemplo de aumento do sedentarismo na pandemia os resultados do Projeto Covid – Pesquisa de Comportamento, um levantamento feito em 2020 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo apontou que, dos 44.062 brasileiros entrevistados, 62% deixaram de fazer qualquer tipo de exercício durante a pandemia.  

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O médico cardiologista Nicki Mallmann explica que o sedentarismo está totalmente relacionado com o aparecimento e agravamento de uma série de doenças crônicas. Entre elas estão obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, neurológicas e câncer. “Ao não nos exercitarmos, fazemos escolhas alimentares piores involuntariamente, o que nos envolve em um ciclo negativo que acaba afetando nossa saúde física e nosso bem-estar emocional e mental”, comenta.

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Efeito do sedentarismo no corpo

Segundo o médico reumatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo (SP), Leandro Parmigiani, o aumento do sedentarismo na pandemia também trouxe impacto nos músculos e ossos. A falta de atividade eleva a chance de perda muscular e o risco de fraturas em quem já convive com a osteoporose.

“O exercício físico é muito importante para os pacientes que convivem com doenças como osteoporose, osteoartrite e artrite reumatoide, pois ajuda a fortalecer a qualidade do osso e estabilizar a integridade da articulação. Mas vale lembrar que para cada problema há uma indicação de atividade”, explica.

O especialista orienta exercícios com carga, como a musculação, para os pacientes com osteoporose e artrite reumatoide. Já aqueles com osteoartrite devem fazer atividades de baixo impacto, como a hidroginástica e natação.

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Os benefícios além da estética

Para Nicki Mallmann, a manutenção de uma rotina de atividades físicas traz uma série de benefícios para a saúde. Além de combater o aumento do sedentarismo na pandemia, o exercício tem impactos profundos. “Diversos estudos demonstraram que a melhora do condicionamento físico está fortemente associada à redução da mortalidade e a um importante ganho de qualidade de vida”, indica Mallmann.

A prática regular de atividade física, associada a outros bons hábitos, também previne a obesidade, melhora a qualidade do sono, ajuda no controle da diabetes e da pressão arterial. 

Especificamente sobre a diabetes, Lívia Salomé, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard e vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV), explica o impacto da atividade física para estes pacientes. Estudos mostram que os exercícios são capazes de reduzir o risco de desenvolvimento do diabetes tipo 2 em até 60%. 

“O bom condicionamento físico melhora a ação da insulina no organismo, reduz o risco de morte por doença cardiovascular, ajuda no controle do peso e do colesterol, diminui os sintomas depressivos e aumenta a qualidade de vida. Todos esses benefícios são proporcionais à intensidade do exercício ou à capacidade aeróbica do indivíduo”, afirma Lívia

De acordo com ela, juntamente com os exames periódicos, a prática de exercícios regulares prolonga a expectativa de vida. “Não precisa ser muito: 20 minutos de caminhada diária são suficientes”, ensina. Já para as pessoas acima dos 60 anos de idade, é importante também conciliar exercícios de fortalecimento muscular, pois a perda de massa muscular é um problema sério nesta fase de vida, lembra a médica.

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