A pandemia acentuou o sedentarismo entre os brasileiros, que passaram a beber mais, se exercitar menos e consumir mais alimentos ultraprocessados, adotando uma alimentação inadequada. As informações são da nota técnica, “Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção: Tendências Recentes no Vigitel”, publicada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), que analisou os dados recolhidos pelo Ministério da Saúde na sua Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel): a falta de atividade física cresceu 15%; o consumo de álcool, 21%; a ingestão de ultraprocessados, 12,2%.
O Instituto também identificou uma incidência 20% maior de obesidade em 16 capitais, bem como o aumento do diabetes tipo 2 e da hipertensão, associados ao sobrepeso. A boa notícia é que sempre há tempo de mudar o estilo de vida, de olho na saúde e no bem-estar, e o mais importante, fazendo aquilo que gosta, conforme orienta o professor do curso de Educação Física da Estácio, Ronaldo Angelo.
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“O exercício físico deve ser aquele que a pessoa sinta prazer em realizar, pois assim a adesão tende a ser maior. Quanto à frequência, de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2020) e da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2020) deve ser de três a cinco vezes por semana, com duração de 30 a 60 minutos por dia. Mas nada impede começar com um tempo menor, de 10 minutos por dia, por exemplo”, propõe.
Para quem ainda não se sente seguro em frequentar academias de ginástica, Ronaldo Angelo frisa que são diversas as possibilidades de atividades físicas ao ar livre. “Caminhada em ritmo acelerado, corrida e andar de bicicleta são boas alternativas. Além disso, é possível se exercitar em praças realizando agachamentos, flexões de braço, abdominais e barra fixa com e sem apoio dos pés. Quanto ao gasto calórico, ele depende de três fatores: da massa corporal, da duração e intensidade do exercício. Quanto maior um desses, maior o gasto”, esclarece.
O professor de Educação Física aproveita para esclarecer um mito sobre os alongamentos de curta duração antes e depois de uma prática esportiva. “Alongamentos são necessários apenas quando o objetivo é aumentar a flexibilidade. Mas caso o praticante opte por fazê-los, pode ser interessante realizá-los ao final do exercício principal. Então, se o exercício foi uma caminhada, alongue os membros inferiores; se o exercício principal foi flexão de braços, alongue os membros superiores”, orienta.
Outro importante aliado para combater o sedentarismo é adotar uma alimentação equilibrada e colorida, deixando a alimentação inadequada para trás. O professor do curso de Nutrição da Estácio, Felipe Shang, revela que a rotina é imprescindível para seguir um padrão alimentar adequado. “Com a falta de rotina na alimentação, comemos o que é mais conveniente e/ou fácil, que normalmente são as opções menos saudáveis. Procure estabelecer horários para as suas refeições. Ademais, faça uma lista de compras com alimentos saudáveis para que você possa consumir ao longo do dia e da semana”, indica.
O nutricionista lembra que cardápio saudável não é sinônimo de ingredientes caros. Isso não é desculpa para cair “cilada” da alimentação inadequada. “Ainda hoje existe um mito de que para comer é necessário gastar muito dinheiro. É possível alimentar-se bem, dispondo de uma grande variedade de frutas, verduras e legumes, principalmente aqueles que são da estação. Apesar do aumento do preço das carnes, alimentos como ovos e frango são muito bem-vindos”, descreve.
A dica, segundo Felipe Shang, é buscar por ingredientes mais naturais, que são mais salutares e econômicos. “Verduras, legumes e frutas são extremamente importantes porque são fontes naturais de vitaminas e minerais. Alimentos industrializados, como bolachas, biscoitos, chips, devem ser evitados pois, além de serem pouco nutritivos (ricos em açúcares e gorduras), são alimentos que, em geral, não conseguimos comer em poucas quantidades. É o famoso: abriu, comeu tudo”, ilustra.
O professor de Nutrição da Estácio acrescenta: “O maior problema não está em comer “gulodices”, e sim na frequência e na quantidade com que estes alimentos são consumidos. Quando consumidos em grandes quantidades, podem trazer prejuízos à saúde devido à alta concentração de açúcares e gorduras que contêm”, conclui.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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