Saúde da coluna dos adolescentes: como tratar a escoliose por telerreabilitação

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(Foto: 8photo/Freepik)

A telerreabilitação tornou-se um recurso importante após o surto da pandemia da COVID-19, no qual envolve a assistência virtual do paciente na realização do tratamento com exercícios terapêuticos, por meio da tecnologia, em especial, aos pacientes que têm acesso limitado ao atendimento fisioterapêutico das doenças direcionadas a coluna vertebral, como é o caso da escoliose.

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Com o objetivo de compreender melhor a efetividade da assistência por telerreabilitação em relação a assistência presencial do tratamento fisioterapêutico especifico para adolescentes com escoliose, a pesquisadora do Mestrado em Ciências da Saúde, professora e Diretoria de Pesquisa e Internacionalização da Universidade Santo Amaro (UNISA), profa. Dra. Ana Paula Ribeiro, orientou a realização de um estudo com finalidade de comparar os efeitos de um programa de reabilitação tradicional (presencial) e telerreabilitação (online) sobre a curvatura escoliótica de adolescentes com escoliose idiopática durante o período de pandemia da COVID-19.

O programa verificou também a aceitabilidade, adequação e viabilidade entre pacientes e fisioterapeutas em relação a ambos os tratamentos. De acordo com a profa. Dra. Ana Paula Ribeiro, dentre as doenças osteomusculares, os adolescentes com escoliose idiopática necessitam de atenção especial, dada a necessidade de assistência, devido à fase de maturidade esquelética, que pode resultar em progressão da curvatura em escoliótica.

“Muitas complicações podem estar associadas à progressão da curvatura escoliótica, tais como: a disfunção pulmonar, a dor crônica na coluna, a deformidade vertebral e as mudanças de fatores psicossociais, os quais resultam em gastos com serviços de saúde direcionados ao tratamento conservador ou cirúrgico. Pontos estes, que viabilizaram a importância do tratamento fisioterapêutico por telerreabilitação aos pacientes com dificuldades de acesso a assistência presencial para os cuidados do tratamento da doença.”, informa a professora Ana Paula Ribeiro.

Recentemente, a pesquisadora publicou o estudo no Journal of Rehabilitation Medicine e concluiu que os adolescentes acometidos pela doença apresentaram reduções no ângulo de Cobb (curvatura escoliótica) tanto com a telerreabilitação quanto com o programa de reabilitação tradicional. A intervenção foi aceitável, apropriada e viável para pacientes e fisioterapeutas. Assim, o efeito do programa de reabilitação, ministrado via telerreabilitação durante a pandemia de COVID-19, foi encorajador para futuras aplicações, devido à melhoria na redução do ângulo de Cobb, prevenindo a progressão da escoliose nestes pacientes

A pesquisa contou com a colaboração de discentes do Mestrado em Ciências da Saúde e dos membros de equipe do seu Laboratório de Biomecânica e Reabilitação Musculoesquelética na Universidade Santo Amaro (UNISA), uma das principais faculdades médicas do país. O estudo teve também a colaboração da equipe Escoliose Brasil, do departamento de Fisioterapia da Universidade de São Paulo (USP) e dos membros do grupo de coluna do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Os autores do estudo foram: Rodrigo Mantelatto Andrade, Bruna Gomes Santana, Ariane Verttú Schmidt, Carlos Eduardo Barsotti, Marina Pegoraro Baroni, Bruno Tirotti Saragiotto e Ana Paula Ribeiro (orientadora).

*Informações Assessoria de Imprensa