Como administrar o retorno às atividades no ambiente físico de trabalho? A retomada das atividades não será uma tarefa simples para as empresas e requer muito cuidado. Atravessamos por diferentes fases ao longo da pandemia, provocadas pelo coronavírus, que veio ameaçar todas as nossas certezas e equilíbrio.
A hora de voltar está chegando. No entanto, a retomada será para um “novo normal”, motivada pela redução do número de casos, mas ainda diante do medo gerado pela falta de uma vacina.
É importante que seja feita uma profunda reflexão, para que o retorno seja gradual, com responsabilidade, segurança e cautela, amenizando os possíveis impactos na vida do colaborador, seja no bem estar físico ou emocional.
Como a retomada às atividades pode ser realizada com segurança?
As organizações devem ter a consciência da importância de criar um ambiente de trabalho físico seguro para o retorno dos seus colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes.
Deverá haver um treinamento de todos os líderes, de todas as áreas da organização para que criem um ambiente que priorize a preservação da saúde física e mental dos colaboradores, pois os hábitos e normas não serão mais os mesmos.
O Protocolo para a criação de um ambiente físico de trabalho seguro deve contemplar o uso de máscaras faciais, álcool em gel, esterilizar diariamente as estações de trabalho, criar protocolo de acesso à empresa dos fornecedores, prestadores de serviços e parceiros. Criar sistema de monitoramento e políticas internas com procedimentos de prevenção, respeitando o distanciamento determinado pelos órgãos de saúde. Atentarem às mudanças que estão ocorrendo na legislação Trabalhista, manter em home office os funcionários que pertencem ao quadro de risco ou que residem com familiares que pertencem ao grupo de risco.
E os desafios emocionais com essa retomada? Como as empresas devem gerir o “novo normal”, o emocional dos colaboradores, visto que a saúde mental é fundamental para o bem estar das empresas?
Os especialistas afirmam que a retomada das atividades pós pandemia será tão complexa, impactante na vida do indivíduo, quanto o início do isolamento social, em termo de saúde mental.
Provavelmente teremos problemas pós isolamento. O retorno as atividades, ao cotidiano, poderá ocasionar uma forte sensação de felicidade, mas também poderá trazer um grande número de casos de transtorno depressivo e de ansiedade.
O retorno ao trabalho, diante de um futuro desconhecido, será de medo e estresse, podendo os colaboradores apresentarem comportamentos agressivos e improdutivos.
As organizações precisam entender que esse é um momento muito sensível. É importante que criem estratégicas, programas, políticas, ferramentas e adotem atitudes para que os colaboradores se sintam confortados e seguros. Manter uma comunicação para conscientizá-los dos desafios pessoais e profissionais a serem vencidos na retomada das atividades.
Através dessa comunicação, criar uma relação transparente de confiança, compartilhando informações verdadeiras e claras para que, dessa forma, aos poucos, os colaboradores se sintam seguros e possam controlar e gerenciar suas emoções. Evitando-se assim os impactos e comportamentos que podem causar algum efeito negativo no colega e no resultado da produtividade.
Assim, o processo de retomada será estruturado com alicerces firmes, focado no bem estar dos colaboradores e com resultado positivo na produtividade do negócio.
* Tania Maria Ribeiro Soares é colaboradora do MLA – Miranda Lima Advogados (Rio de Janeiro), graduada em Recursos Humanos e Administração pela Universidade Estácio de Sá e atua na coordenação das áreas de Recursos Humanos e Departamento Pessoal, além de integrar o Comitê LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Realizou curso de Psicologia na Escola Mater Ecclesia e tem participação no seminário de Transparência no Sistema de Saúde, na PGE/RJ.
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