Reflexo da pandemia: os procedimentos eletivos adiados

Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgado nesta segunda-feira (13 de setembro), deixou evidente um reflexo da pandemia: os procedimentos eletivos adiados. São exames, cirurgias e outros procedimentos que deixaram de ser feitos em função do medo dos pacientes em ir aos hospitais e clínicas ou por contingenciamento de leitos para o atendimento àqueles com Covid-19. Em diferentes oportunidades dos últimos 18 meses, as cirurgias eletivas foram suspensas para os que os medicamentos fossem destinados a esses pacientes.

Os procedimentos eletivos não considerados de emergência ou urgência. No entanto, podem evitar que alguns quadros se tornem mais graves, por exemplo. Ou ainda podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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Sobre este reflexo da pandemia e os procedimentos eletivos adiados, o CFM detectou uma queda de pelo menos 27 milhões de exames, cirurgias e outros procedimentos eletivos desde o início da pandemia. O conselho comparou dados de atendimentos médicos registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS) e realizados entre março (primeiro mês da pandemia no Brasil) e dezembro de 2020 com o mesmo período do ano anterior. E constatou uma redução de pelo menos 16 milhões de exames com finalidade diagnóstica, oito milhões de procedimentos clínicos, 1,2 milhão de pequenas cirurgias e 210 mil transplantes de órgãos, tecidos e células.

No ranking das áreas médicas mais acometidas como reflexo da pandemia e procedimentos eletivos adiados (o SIA-SUS não utiliza a nomenclatura médica, mas a Classificação Brasileira de Ocupações) estão a oftalmologia (consultas e exames de mapeamento de retina e aferição da pressão intraocular (tonometria) caíram de 18,5 milhões em 2019 – março a dezembro – para 12,2 milhões); a radiologia, com redução de 5,4 milhões de procedimentos; a clínica médica (-2,8 milhões); e a radioterapia (-2,6 milhões). Outras áreas bastante afetadas estão a anatomopatologia (-2 milhões); cardiologia (-992,6 mil); medicina laboratorial (-973,5 mil); citopatologia (698,7 mil), neurologia (-535,8 mil); e ginecologia e obstetrícia (-534,3 mil).

De modo geral, a consulta médica em Atenção Especializada foi o procedimento ambulatorial mais afetado pela pandemia: baixou de 8,3 milhões para 5,6 milhões – redução de 2,6 milhões de acolhimentos (-32%). Em segundo lugar na lista dos dez procedimentos com maior queda absoluta está a tonometria (exame indicado para realizar a medição da pressão interna do globo ocular): quase 2 milhões de exames a menos.

Confira como foi o desempenho conforme cada estado no número de procedimentos eletivos adiados:

* Com informações do CFM

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