Com a chegada do calor, a Secretaria Municipal da Saúde reforça a recomendação da vacinação contra a febre amarela para quem tem a partir de 9 meses de idade. A vacina é oferecida gratuitamente em 110 unidades de saúde de Curitiba, de segunda à sexta-feira, em horário comercial.
A dose é única – quem já tomou uma vez na vida não precisa tomar uma segunda dose. Se a pessoa não tem certeza se já tomou, pode verificar se há registro na carteira vacinal fazendo um pré-cadastro no Aplicativo Saúde Já – disponível para smartphones e tablets com os sistemas operacionais Android e iOS – ou procurar a unidade de saúde mais próxima de casa.
Pessoas acima de 60 anos, gestantes e mães que estão amamentando bebês menores de 6 meses precisam passar por avaliação clínica para verificar a indicação ou contraindicação da vacina.
A imunização é contraindicada para pessoas que estão com febre alta, com deficiência do sistema imunológico ou com histórico de reação alérgica grave aos componentes da vacina (como ovo e gelatina).
Monitoramento
Até o momento não há registro da circulação do vírus da febre amarela em Curitiba. Mas, no início deste ano, Curitiba registrou quatro casos importados de febre amarela do tipo “silvestre” – que é a forma como a doença vem ocorrendo no país. Em uma das situações, uma paciente moradora de Curitiba contraiu a doença em uma chácara na região rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana.
De acordo com o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Alcides Oliveira, esse episódio, aliado a ocorrências da doença em macacos em municípios da região metropolitana, revela a possibilidade de aproximação do vírus da febre amarela na região de mata em municípios próximos a Curitiba. “Por isso, a necessidade de quem ainda não se imunizou, procurar se vacinar o quantos antes”, diz.
Até o momento, o governo estadual registrou a ocorrência da doença em macacos em São José dos Pinhais, Campo Largo e Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba.
Sentinela
O macaco não transmite a doença ao homem, mas é monitorado, pois serve de “sentinela”, uma vez que alerta sobre a aproximação do vírus, que é transmitido pela picado do mosquito Haemagogus e o Sabethes na febre amarela silvestre – a febre amarela urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e Albopictus, mas não é registrada no Brasil desde 1942.
A febre amarela é uma doença sazonal e a circulação do vírus é favorecida pela temperaturas mais altas, pois os mosquitos se reproduzem com mais intensidade.
“É importante estar imunizado antes de o calor chegar ou até dez dias antes de ir para local de mata”, explica. “É importante, ainda, que a população alvo busque se vacinar para mantermos a cidade de Curitiba sem circulação do vírus”, complementou.
Mudança de recomendação
A médica infectologista da secretaria, Marion Burger, alerta também para o fato de que Curitiba não era, até 2017, área de vacinação contra a febre amarela, de acordo com as definições do Ministério da Saúde. “Até 2017, o Ministério da Saúde determinava a vacinação em Curitiba apenas àqueles que iriam se deslocar para área de risco em outros estados”, explica.
Com o avanço da doença no país e na região sudeste e sul, desde 2018 a vacina foi incluída no calendário de vacinação de rotina das crianças, pelo Ministério da Saúde, sendo recomendada uma dose única aos 9 meses de idade. “Desde, então, portanto, a vacina passou a ser recomendada também a todos em Curitiba que têm mais de 9 meses, independentemente se vão se deslocar para área de risco”, explica.
Sintomas da febre amarela
1ª fase – período de infecção: febre, calafrios, dores pelo corpo, náuseas e vômitos, sintomas comuns a várias outras doenças, como leptospirose e dengue.
2ª fase – período tóxico: febre, icterícia (pele e olhos amarelados, daí o nome febre amarela), urina escura, dores abdominais, hemorragias e outras complicações.