Quando começa a vacinação contra Covid-19 em crianças?

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A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em aprovar o uso da vacina da Pfizer contra o coronavírus no público formado por crianças de 5 a 11 anos fomentou a pergunta entre muitos pais: quando começa a vacinação contra Covid-19 em crianças? O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou no último sábado (18 de dezembro) que a decisão do governo sobre a vacinação das crianças será tomada no dia 5 de janeiro, após audiência pública a ser realizada no dia anterior.

Queiroga disse que a autorização da Anvisa não é decisão suficiente para viabilizar a vacinação para esse grupo. “[Só a autorização da Anvisa] não é suficiente. Porque, se você olhar todas as políticas públicas do Ministério da Saúde e verificar todas as autorizações que a Anvisa deu em relação a medicamentos, a dispositivos médicos, basta ver o que tem autorizado pela Anvisa e o que está incorporado no SUS [Sistema Único de Saúde]. São avaliações distintas”, explicou o ministro.

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Queiroga disse que aguarda parecer da Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI). O documento será levado nesta semana para apreciação em uma consulta pública, um mecanismo de participação social não presencial, usado por entes públicos para subsidiar o processo de tomada de decisão. “No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública para discutir o que foi oferecido em consulta pública que, em adição ao posicionamento da CTAI, servirá de base para a decisão final do Ministério da Saúde”, acrescentou o ministro.

Na semana passada, a Anvisa já havia aprovado o uso da vacina da Pfizer em crianças na faixa de 5 a 11 anos. Segundo a agência, existem evidências científicas de que o imunizante, aplicado em duas doses nesse público, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo vírus. Questionado pelos jornalistas por que a atuação da Anvisa já não resolveria a questão, Queiroga afirmou que a decisão não é da agência, e sim dele. “Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil e não abro mão de exercer as minhas prerrogativas. Porque elas decorrem da decisão do mandatário máximo da nação, que me incumbiu essa missão”, declarou.

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Ele destacou o papel da CTAI, órgão criado em 1975, nesse processo. “A introdução desse produto dentro de uma política pública requer uma análise mais aprofundada. E, no caso de imunizantes, a análise técnica é feita com o apoio da Câmara Técnica Assessora de Imunizações.”

O ministro também elogiou a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, e disse que confiou a ela a palavra final sobre o assunto. “Essa decisão não será uma decisão direta do ministro. O ministro é o último elemento dessa cadeia decisória. A secretária Rosana vai emitir essa decisão e nós confiamos bastante nela.”

Covid-19 no público infantil

Enquanto isso, os pais tentam se informar sobre quando começa a vacinação contra Covid-19 em crianças e procuram os médicos de seus filhos para ouvir mais informações sobre a imunização deste público. “O anúncio é recebido com muito alívio; os casos de Covid-19 são frequentemente detectados nessa faixa de idade escolar e pré-escolar. Com isso, nós conseguimos aumentar nossa barreira de proteção”, explica a especialista em epidemiologia e coordenadora do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), Heloisa Ilhe Garcia Giamberardino.

O Brasil já registrou mais de 1,5 mil óbitos entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. “A maior parte dessas mortes ocorre na população pediátrica com comorbidades, mas também temos casos em que não há nenhum fator de risco”, pontua a médica.

Só em 2021, de janeiro a novembro, o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país, atendeu 1.274 crianças e adolescentes com diagnóstico positivo para Covid-19, um aumento significativo considerando os 311 registrados no ano passado. Além disso, a gravidade dos casos também aumentou. Enquanto em 2020 a média mensal de internamentos foi de nove pacientes. Neste ano, a média ficou em 21 casos por mês. Do total de casos diagnosticados, 241 pacientes – quase 20% – necessitaram de internamento, sendo que 60 foram para a UTI. E 47% das crianças e adolescentes que internaram não tinham nenhuma comorbidade. O número de casos no público infantil e adolescente passou a cair consideravelmente, sobretudo graças à vacinação dos adultos.

A médica esclarece que, quando começar a vacinação contra Covid-19 em crianças, o imunizante aplicado na faixa etária infantil será diferente da versão para adolescentes e adultos. As crianças de 5 a 11 anos receberão uma dosagem de 10 microgramas. Para quem tem 12 anos ou mais, a dose é de 30 microgramas. “É muito importante que os pais se planejem e preparem as crianças: expliquem para elas porque elas precisam tomar a vacina e que isso vai ajudá-la a não correr o risco de ter a doença e sofrer com isso”, diz Heloísa.

A epidemiologista reforça também que, apesar do anúncio da vacinação, manter as medidas de cuidado já amplamente conhecidas é imprescindível. “Usar máscara, higienizar as mãos e evitar aglomerações são atitudes que ainda não podem ser deixadas de lado, apesar da queda no número de casos. E, tomar a segunda e a terceira dose, para quem já está apto a isso, também é fundamental. Esse público é responsável pela proteção de quem ainda não foi imunizado”, alerta a médica.

Recomendações

Apesar de ainda não se saber quando começa a vacinação contra Covid-19 em crianças, a Anvisa já divulgou uma série de orientações para aplicar a vacina em crianças de 5 a 11 anos. Abaixo, confira algumas delas:

– As equipes de saúde vão passar por treinamento para aplicar o imunizante;

– As crianças devem ser vacinadas em ambiente específico destinado a elas e não podem receber outras vacinas, mesmo que pediátricas;

– Em comunidades isoladas, as crianças devem ser vacinadas, sempre que possível, em dias diferentes de adultos;

– Após a vacina, as crianças devem permanecer no local por pelo menos 20 minutos, para observação.

* Com informações da Agência Brasil e da assessoria de imprensa

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