No dia 1º de outubro é comemorado o Dia Mundial do Idoso e as discussões sobre o que o avanço da idade representa em diversos aspectos têm se aquecido, principalmente depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu incluir a velhice na atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID), que entra em vigor em 2022. Paulo Scigliano, que atua há mais de 15 nas áreas de Odontologia Estética e Implantodontia, entende que o idoso de hoje é uma pessoa ativa, financeiramente independente e que cada vez mais busca saúde e qualidade de vida. “Para esse público, a saúde bucal exige cuidados específicos, mas que garantem, além da estética, o bem estar e a saúde de boa qualidade”, afirma.
O que acontece com os dentes quando envelhecemos?
A vida é feita de fases e, em cada uma delas, o corpo passa por processos diferentes. Ao ultrapassar os 50 anos, o corpo começa naturalmente a sofrer alterações como as hormonais, a perda massa muscular e óssea, o acúmulo maior de gordura no sangue, a diminuição da salivação, a queda da resistência, entre outras. São processos que interferem na saúde bucal e na dentição.
Leia também – Dia do Idoso: prevenção às quedas
Leia também – Autocuidado com a saúde bucal: orientações durante a pandemia
Dr. Scigliano explica que cuidados básicos nessa fase da vida são benéficos ao corpo e à dentição. Por exemplo, o esmalte dentário tende a desgastar-se com a idade, o que torna os dentes vulneráveis a lesões ou cáries. Sensibilidade e perda de dentes comprometem a mastigação, o que reduz a absorção adequada de nutrientes. “E, além da alimentação saudável e rica em fibras, a ingestão abundante de água, por exemplo, melhora a produção da saliva, que protege a boca”, afirma.
Ainda entre os cuidados básicos, Paulo Scigliano lembra da importância da escovação ao menos três vezes ao dia, da higienização correta de próteses móveis, e da visita regular ao dentista. “O profissional pode verificar se a prótese móvel está adequadamente ajustada para não causar lesões na mucosa e nas gengivas, e também lesões de cáries nos dentes que retêm as próteses. As lesões em mucosa merecem ainda uma melhor avaliação, pois podem inflamar ou até mesmo evoluir para problemas mais graves como câncer de boca”, explica. O dentista também vai verificar se há problemas como cáries ou gengivite, comuns nessa fase da vida.
Quais os cuidados para quem tem ou precisa de implantes?
Com a idade, as gengivas podem ficar mais finas e começar a se retrair. Juntando isso à redução da salivação, aumenta o risco de cáries. Apesar disso, muitos idosos conseguem manter seus dentes em boa qualidade. Para aqueles que não conseguem, as próteses móveis ou os implantes são a solução.
Para que um implante dentário seja bem sucedido em pacientes que passaram dos 50 anos, é preciso verificar alguns pontos. A condição da estrutura óssea e das gengivas para receberem o implante é um deles.
Para os 50+, o implante dentário não é recomendado para pacientes com Osteoporose não tratada. Também é necessário que o paciente esteja com boa saúde sistêmica. Cardiopatias e diabetes, por exemplo, precisam estar controladas para que o Implante Dentário possa ser realizado com sucesso.
Independente da idade, o procedimento não é recomendado no caso de pacientes que estejam em tratamento de quimioterapia ou radioterapia, ou para os que estejam em meio a algum tratamento das diversas formas da Hepatite.
Vida ativa e saudável para os 50+
“Envelhecimento não é doença. É apenas uma fase diferente de nossas vidas, que exigem cuidados específicos para garantirmos a saúde da boca e do organismo como um todo”, afirma Paulo Scigliano. Ele completa: “em todas as idades é possível manter a mastigação adequada e a estética bucal, garantindo a autoestima, a saúde e a qualidade de vida”.
Leia também – O papel de cuidador na área da saúde: pesquisa revela perfil