Pouco mais de um ano depois do início da pandemia temos uma visão muito mais clara do impacto da Covid-19 na saúde das pessoas que contraíram o vírus. A recuperação, lenta em alguns casos, revela sequelas das mais diversas que vão de perda de paladar, fadiga persistente, déficit de memória e até arritmia cardíaca.
Um estudo feito pela Universidade de Leicester, no Reino Unido, aponta que sete em cada dez pacientes hospitalizados por Covid-19 não se recuperaram totalmente mesmo depois de cinco meses de alta médica. A pesquisa analisou cerca de mil pessoas que ficaram internadas entre março e novembro do ano passado. A maioria dos pacientes recuperados apresentou uma média de nove sintomas da doença, mesmo após o fim da infecção. Apenas 29% das pessoas disseram que se sentiram totalmente recuperadas, enquanto mais de 90% tinham pelo menos um sintoma persistente.
Já no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou a importância dos exames diagnósticos para identificar pacientes contaminados e isolá-los, interrompendo a cadeia de infecção, e recomendou para todas as nações que fossem ampliados seus programas de diagnóstico testando o maior número possível de pessoas para retardar o avanço da Covid-19.
Medidas para impedir a disseminação da Covid-19 são amplamente conhecidas e continuam sendo extremamente necessárias, mas nosso olhar também precisa se voltar àqueles que superaram essa tão temida doença. É preciso concentrar esforços para que as sequelas não impactem a qualidade de vida das pessoas.
A medicina diagnóstica tem agido rapidamente para apoiar médicos com exames precisos e seguros aumentando a confiabilidade do tratamento. Check-ups pós-Covid são recomendados para pacientes que tiveram sintomas leves, mas persistentes, e para aqueles que superaram um quadro grave da doença.
Observar os sinais emitidos pelo corpo e procurar um médico de confiança são os primeiros passos para uma pronta recuperação e para retomar as atividades físicas com segurança. Ignorar sintomas persistentes e deixar de realizar os exames solicitados podem agravar quadros clínicos.
Garantir tratamento adequado no pós-Covid é importante para que as pessoas retomem sua vida com segurança e qualidade, tanto no convívio familiar quanto no mercado de trabalho.
(Foto: Divulgação)
Antônio Soares Souza é médico e doutor em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, membro Titular da Sociedade Paulista de Radiologia e do Colégio Brasileiro de Radiologia, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio preto e Diretor Clínico do Ultra-X Medicina Diagnóstica.
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