Projeto realiza estudo aprofundado sobre as condições do maior rio do Paraná

schedule
2025-04-23 | 15:00h
update
2025-04-23 | 15:03h
person
Saúde Debate
domain
Saúde Debate
(Foto: Olivia Isfer)

A relação entre meio ambiente e saúde pública é inegável. A poluição dos rios, por exemplo, compromete o abastecimento de água potável e pode gerar impactos severos na qualidade de vida da população. Nesse sentido, o Rio Iguaçu, o maior do Paraná, é um elemento central dessa equação. Ele percorre o estado de leste a oeste, tem sua nascente na região metropolitana de Curitiba e segue por centenas de quilômetros, cruzando diferentes paisagens, cidades e atividades humanas. E, ao longo dos anos, tem sofrido com a ocupação desordenada e intervenções que afetam sua biodiversidade e a qualidade da água.

Diante desse cenário, tornar visíveis os desafios enfrentados pelo Rio Iguaçu e estimular o diálogo sobre soluções sustentáveis é um passo fundamental para um futuro mais equilibrado e saudável. Reconhecendo a relação entre a preservação ambiental e a saúde integral e global, o Complexo Pequeno Príncipe, referência internacional em saúde infantojuvenil, assumiu o protagonismo do projeto Re-Conhecer e Reviver o Iguaçu.

A iniciativa, que teve início no ano passado, realiza um estudo aprofundado sobre as condições do Iguaçu e sua relevância para o bem-estar das populações locais. O levantamento trará elementos ambientais, históricos e socioeconômicos de um trecho de aproximadamente 30 quilômetros do rio – da ponte férrea Engenheiro Bley, entre Lapa e Balsa Nova, até Porto Amazonas.

“Múltiplas iniciativas operacionais e científicas relacionadas à água vêm sendo realizadas por nós no Pequeno Príncipe, porém recebendo atenção restrita ao público especializado. Decidimos ir além e planejar um projeto que trouxesse visibilidade ao rio de forma mais ampla”, explica o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro.

Também reconhecido internacionalmente por décadas de ações pioneiras voltadas à sustentabilidade do planeta, o Pequeno Príncipe pretende chamar atenção para atividades de pesquisa relacionadas à água. Atualmente, o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe, tem importantes estudos quanto a qualidade da água e efluentes hospitalares, como a filtragem de antibióticos e micropoluentes em estação-piloto e analise do impacto de anti-inflamatórios em várias espécies de peixe. Essas pesquisas reforçam a necessidade de um olhar atento sobre a gestão da água e seu impacto direto na saúde pública.

Água Grande

O nome Iguaçu vem do guarani e significa “água grande”, refletindo sua magnitude não apenas em extensão, mas também em relevância ambiental, histórica e econômica. Sua importância transcende o abastecimento de água, desempenhando um papel essencial na geração de energia, no turismo ecológico e no equilíbrio ambiental.

Publicidade

No entanto, ao longo dos anos, a ocupação geográfica e o crescimento urbano resultaram em desafios ambientais significativos. O rio recebe grandes cargas de efluentes domésticos, industriais e agrícolas, além de sofrer com a descaracterização de suas margens e matas ciliares e com a proliferação de barragens para geração de energia.

Embora a qualidade da água tenda a melhorar à medida que o rio se afasta da capital paranaense, permitindo sua captação para abastecimento público em algumas regiões, os impactos da poluição ainda afetam comunidades inteiras que dependem de suas águas para consumo e atividades econômicas.

“Nosso Iguaçu só é sujeito nas Cataratas, e no restante, apenas objeto. A percepção de nossa sociedade sobre o rio é totalmente utilitarista. Precisamos assumir responsabilidade sobre nossas águas, estimulando o senso de pertencimento quanto ao rio e sua bacia hidrográfica, abrindo nossos corações para isso. Para cumprir esse objetivo, vamos mostrar paisagens lindas e desconhecidas do grande público, por meio de atividades inéditas que chamem atenção da comunidade e a partir disso nos sensibilizem para a necessária melhoria da qualidade de suas águas e seu uso múltiplo. Vamos respeitar nosso grande rio”, diz Carneiro.

Engajamento local

O projeto, desenvolvido pela empresa Ô Mata, também promotora do Mata Atlântica EcoFestival, está em sintonia com o princípio definido como “Saúde Única”, preconizado pelo Pequeno Príncipe. Esse conceito estabelece uma abordagem multissetorial, transdisciplinar e integrada que visa a equilibrar de forma sustentável a saúde humana, animal e dos ecossistemas, consideradas interdependentes.

Assim, além do estudo técnico, a iniciativa tem como objetivo ampliar a conscientização da população e fortalecer o senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao Rio Iguaçu. Para isso, estão sendo identificadas escolas da região, empreendimentos turísticos e ações de agricultura familiar, que poderão atuar como agentes de transformação ambiental e social.

Atividades esportivas e recreativas ao ar livre também estão sendo promovidas nos municípios onde os estudos estão sendo realizados. A intenção é reforçar o vínculo da comunidade com o Rio Iguaçu, incentivando a interação saudável entre as pessoas e a natureza.

Transformação social

O grande destaque da programação esportiva foi a prova de kayak extremo, realizada em parceria com a Kayak Extremo Paraná, que aconteceu no dia 5 de abril, na Corredeira do Canivete, entre Balsa Nova e Lapa. A competição, que reuniu apenas atletas selecionados com experiência em percursos classes 4 e 5, desafiou os participantes em um trecho de alto nível técnico. A modalidade exige habilidade e preparo e reforça o potencial do Rio Iguaçu para o turismo de aventura, além do engajamento ambiental da população. Os competidores contaram com o suporte da Rumo Logística, que forneceu um trem para acesso à área da prova, uma região remota e de difícil acesso.

Ainda no sábado, à noite, foi realizado o cicloturismo no Centro Histórico da Lapa. O percurso, considerado fácil, foi de 16 quilômetros. Organizado pelo projeto em parceria com o Jeca Bikes, o passeio teve o apoio da prefeitura municipal da Lapa e foi aberto a toda a comunidade, sem restrição de idade. Como contribuição sugerida, os participantes levaram um quilo de alimento não perecível ou um agasalho no local. As doações serão destinadas a instituições lapeanas que cuidam de crianças.

No dia 10 de abril, cerca de 100 alunos das escolas municipais de Porto Amazonas participaram do programa Aventuras Urbanas. Mais do que uma oportunidade de contato com esportes de aventura e atividades ao ar livre, a ação teve como objetivo sensibilizar as crianças sobre a importância do Rio Iguaçu e da preservação ambiental. O envolvimento dos estudantes desde cedo fortalece a consciência ecológica e o sentimento de pertencimento, incentivando-os a serem agentes de mudança em suas comunidades.

Já no domingo, dia 27 de abril, também em Porto Amazonas, a programação prevê uma caminhada de 10 km, saindo da Biquinha até o Haras Valente, uma grande ação de limpeza das margens do Rio Iguaçu, além do Torneio de Pesca do Lambari, para o público infantil e adulto. Haverá ainda sessões de ioga, atividades recreativas para crianças e uma exposição do comércio local, reforçando o envolvimento da população com a preservação e valorização do rio.

“Acreditamos no esporte como ferramenta de transformação social. A prática esportiva aumenta a autoestima e a autoconfiança, atua no desenvolvimento motor e cognitivo, melhora o sono, a qualidade de vida e ainda reduz os riscos de doenças físicas e psíquicas”, afirma Aristides de Athayde, diretor institucional da empresa Ô MATA – Produção de Natureza, responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Pioneirismo e reconhecimento 

O Hospital Pequeno Príncipe, a unidade mais antiga do Complexo, consolidou um modelo assistencial que vai além do cuidado médico, incorporando a sustentabilidade como pilar estratégico de sua gestão. A instituição adota práticas inovadoras para minimizar impactos ambientais, garantir eficiência no uso de recursos naturais e promover um ambiente hospitalar seguro e sustentável. Esse compromisso se estendeu e segue sendo reforçado pelas demais unidades.

O exemplo mais recente foi o histórico Jogo Legends – partida beneficente realizada em 2024. Planejado para ser carbono zero, serviu de referência para práticas sustentáveis em grandes eventos esportivos. Essa mesma abordagem está prevista no Re-Conhecer e Reviver o Iguaçu. Assim como a competição utilizou o futebol como ferramenta de impacto social e ambiental, as atividades esportivas do projeto no Rio Iguaçu reforçam o poder do esporte como agente de transformação e as emissões de gás carbono provenientes dos eventos também serão compensadas.

“Mais do que nunca, é correto colocarmos em prática o chavão de ‘pensar global e agir local’. E tudo inserido em processo de educação ambiental”, afirma o diretor-corporativo. Com esse olhar inovador e integrado, o Complexo se posiciona não apenas como referência em pediatria, mas também como um agente ativo na construção de um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

*Informações Assessoria de Imprensa

Publicidade

Cunho
Responsável pelo conteúdo:
saudedebate.com.br
Privacidade e Termos de Uso:
saudedebate.com.br
Site móvel via:
Plugin WordPress AMP
Última atualização AMPHTML:
23.04.2025 - 15:03:52
Uso de dados e cookies: