O cuidado com a saúde é multifacetado e isso também afeta os homens. Por isso, diferentes especialistas podem ajudá-los. Profissionais da fonoaudiologia e a saúde do homem também possuem uma estreita relação.
É comum a impressão de que homens cuidam menos da saúde do que mulheres. No entanto, essa não é só uma impressão. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e do Ministério da Saúde, em 2021, foram atendidos 725,4 milhões de homens, um número 16% menor em relação ao atendimento de mulheres. Entre os fatores que explicam a menor frequência dos homens aos consultórios está uma questão histórica de que o homem deve resolver tudo sozinho. Porém, as doenças não se referem a história nem gênero, mas sim à prevenção.
Entre as doenças que mais matam a população masculina estão as do sistema circulatório, câncer, doenças do aparelho digestivo, respiratórias e infecciosas. Dados da Morbimortalidade Masculina, do Ministério da Saúde, apontam que o câncer de pulmão é o mais fatal, entre o público masculino. Essa é uma doença, inclusive, que pode afetar diretamente o sistema estomatognático do paciente.
Segundo estudo do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, a fonoaudiologia na reabilitação oncológica é uma realidade na prática de diversos hospitais especializados em câncer, onde atuam equipes multidisciplinares que conduzem a reabilitação. “O fonoaudiólogo, nesse processo, é quem proporciona o restabelecimento da comunicação e alimentação, afetadas por esse tipo de doença. As etapas de reabilitação são importantes para que o paciente volte a se alimentar e se comunicar corretamente, mantendo uma rotina adaptada” explica Lauanda Santos, fonoaudióloga especialista em disfagia, com atuação em pacientes oncológicos sobre a relação profissionais da fonoaudiologia e a saúde do homem.
Nesse sentido, tumores de cabeça e pescoço levam a distúrbios da fala, já que afetam regiões do nariz, lábios, língua, mandíbula, maxilar, palato duro e mole, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares e cavidade oral. O fonoaudiólogo pode contribuir para melhora da qualidade de vida e atuar e na reabilitação de funções como respiração, voz e deglutição desses pacientes desde o diagnóstico, passando pelo tratamento (cirúrgico ou não) e seguindo após também.
Outra doença que afeta áreas atendidas pelo fonoaudiólogo é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que atinge de forma mais comum os homens e idosos acima de 65 anos. Dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, indicam que mais de 87 mil brasileiros morreram de AVC de janeiro a outubro deste ano. A título de comparação, no mesmo período a COVID matou em torno de 59 mil pessoas e o infarto 82 mil pessoas. Quem sobrevive a um AVC, no entanto, corre o risco de ter sequelas para a vida toda, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízos na fala, na linguagem e na deglutição.
A fonoaudióloga do Conselho Regional de Fonoaudiologia (CREFONO 3), Denise Terçariol, especialista em Linguagem e Mestre em Fonoaudiologia, explica que o tratamento das sequelas pode ser longo, mas é essencial para que o paciente volte a ter convívio social e recupere a autonomia. O tratamento fonoaudiológico, dessa forma, propicia mais qualidade de vida, bem-estar e ressocialização do indivíduo. “As doenças que por consequência irão afetar os aspectos fonoaudiológicos devem ser tratadas pelo profissional dentro de uma equipe multidisciplinar. Neste Novembro Azul, é importante que os homens se atentem às consultas periódicas, para prevenção, diagnóstico e tratamento. Desse modo há mais chances de recuperação ou de sequelas menos graves”, diz analisa Terçariol.
Cuidados com audição
Nem sempre se descobrem doenças graves em exames de rotina. Entretanto, isso não significa que não devam ser tratadas. Uma delas é a perda da audição. Profissionais de áudio, motoristas, entregadores e profissionais da construção civil estão entre as profissões que mais podem apresentar esse tipo de problema. Com isso, também é importante reforçar que, quando descoberta cedo, a perda auditiva pode ser controlada e tratada.
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