A queda no número de casos graves e óbitos em decorrência da Covid-19 têm levado à retomada das consultas e cirurgias eletivas. Nesse cenário, os procedimentos de reprodução humana assistida (RHA) voltaram a crescer no Brasil. É o que indicam os dados do relatório mais recente do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), divulgado na segunda semana de agosto pelo Governo Federal.
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Um desses indicadores é o de fertilizações in vitro. Enquanto no ano de 2020 foram realizados 34.623 ciclos de fertilização no país, em 2021 este número saltou para 45.952. Além disso, em 2021, foram registrados 114.372 congelamentos (criopreservação) de embriões, enquanto que, no ano anterior, foram 88.503 (aumento de 29%). Do total de congelamentos de 2021, quase 70 mil foram de mulheres com mais de 35 anos.
Outros fatores importantes que vêm impulsionando a procura por tais procedimentos, estão ligados ao atual contexto social do país, no qual as mulheres têm postergado a decisão pela maternidade e optado por engravidar mais tarde – por razões profissionais e pessoais – além da busca, por parte de casais homoafetivos compostos principalmente por mulheres, em terem filhos.
“Tanto o controle da pandemia de Covid-19 quanto o momento social do Brasil, têm favorecido a busca dos pacientes por tratamentos voltados à reprodução humana assistida. Em 2020, o sonho de muitos brasileiros de constituir família acabou represado, em suspenso. Já em 2021, com a vacina disponível, os tratamentos foram retomados, mantendo-se em 2022”, explica o Dr. Rodrigo Camargo, CEO da Androlab, clínica pioneira em RHA no Paraná.
Além da fertilização in vitro (FIV) e da criopreservação de sêmen, óvulos e embriões, as técnicas mais conhecidas de RHA são a inseminação artificial – também chamada de inseminação intrauterina –, a transferência embrionária e a doação de óvulos e espermatozoides. A indicação do procedimento mais adequado varia a depender do caso.
Os tratamentos de RHA são indicados para diversas situações, de casais com dificuldades para engravidar, seja em razão de infertilidade feminina, masculina ou ambas, a uniões homoafetivas, passando por homens ou mulheres sem parceiro sexual que desejam ter filhos e até famílias com doenças preexistentes. O congelamento de óvulos também tem sido bastante procurado, porque as mulheres vêm optando por serem mães mais tarde.
Fertilização in vitro – A respeito da FIV, importante ressaltar que ela pode ser realizada tanto da forma clássica quanto por meio de injeção intracitoplasmática de esperma (ICSI).
Fundador do Androlab, o médico Lidio Jair Ribas Centa explica que a FIV clássica ocorre de modo semelhante à fecundação tradicional, mas em meio laboratorial, juntando óvulos e espermatozoides em uma placa de cultivo para que o encontro dos gametas ocorra naturalmente, com posterior transferência do embrião para o útero.
“Já por meio da ICSI, um único espermatozoide previamente selecionado é injetado diretamente no óvulo para que ocorra a fecundação. Nos meus quase 50 anos de estudos em medicina reprodutiva, considero essa uma das principais inovações da área. Antes, essa técnica era recomendada mais para casos de infertilidade por fator masculino grave, mas hoje sua indicação tem crescido especialmente por conta dos níveis de resultado”, afirma Centa.
*Informações Assessoria de Imprensa