
As picadas de escorpião são uma ameaça que avança de forma silenciosa em diversas regiões do Brasil, especialmente nas áreas urbanas. De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP), o número de casos de picadas de escorpião quase triplicou entre 2014 e 2023, com mais de 1,1 milhão de registros. As projeções apontam que, até 2033, esse número pode ultrapassar a marca de 2 milhões de casos notificados, mostrando um cenário desafiador em relação ao controle do animal, e de medidas de prevenção e conscientização.
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Diante desse crescimento expressivo, é fundamental que a população saiba como agir corretamente em caso de acidente. A infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, explica que o primeiro passo é manter a calma e lavar o local da picada com água e sabão. “Não se deve fazer torniquete, amarrar o membro afetado nem tentar chupar o veneno, como muitas vezes é divulgado de forma equivocada. Isso pode piorar a situação. O ideal, se for fazer alguma compressa, é que seja uma compressa morna, que ajuda a aliviar a dor”, orienta.
A especialista destaca que toda picada de escorpião deve ser levada a sério, mas alguns sinais indicam a necessidade urgente de atendimento médico, principalmente em crianças, idosos ou pessoas com comorbidades cardíacas. Entre os sintomas que merecem atenção estão:
- Dor intensa no local da picada
- Suor excessivo
- Náuseas e vômitos
- Aumento da frequência cardíaca
- Agitação ou sonolência
A recomendação é sempre procurar imediatamente um serviço de saúde. “No caso das crianças, esse atendimento deve ser ainda mais rápido. Em situações graves, o soro precisa ser administrado em até uma hora e meia. Aqui em São Paulo, o principal centro de referência é o Instituto Butantan, reconhecido mundialmente, e o Hospital Vital Brazil, que faz parte dessa rede e é especializado no atendimento de vítimas de animais peçonhentos”, afirma a médica.
Segundo o Ministério da Saúde, a presença de escorpiões está relacionada, principalmente, ao acúmulo de entulho, restos de materiais de construção e presença de insetos como baratas, que servem de alimento para esses animais. O órgão indica que medidas simples de prevenção podem fazer diferença, como: manter terrenos limpos e sem acúmulo de lixo, vedação de ralos e frestas em portas e janelas e uso de telas em aberturas e cuidados com calçados e roupas guardadas.
*Informações Assessoria de Imprensa