Pesquisa do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio usa Inteligência Artificial Explicável para análise de substâncias com potencial farmacológico

pesquisa
(Foto: Divulgação)

Pesquisa do Laboratório de Sistemas Complexos do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio elaborou nova metodologia com uso de Inteligência Artificial Explicável para análise de dados toxicológicos atrelados ao desenvolvimento de medicamentos. Segundo o coordenador do projeto, professor André Pimentel, o método permite elucidar como funcionam as interações das substâncias químicas no organismo.

Leia também – Com mais de 575 mil médicos no Brasil, hospitais-escola são essenciais para formação de especialistas

“A Inteligência Artificial Explicável (IAE) trabalha com algoritmos mais transparentes do que a IA tradicional, o que permite obter conhecimento das características mais importantes do sistema e como elas se relacionam. Com essa tecnologia, já pudemos identificar partes específicas das moléculas que influenciam sua toxicidade ou eficácia terapêutica”, explica o professor do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio.

Recentemente, o grupo de pesquisa teve estudo publicado na ACS Chemical Neuroscience da American Chemical Society. O trabalho debruçou sobre avaliação da penetração da barreira hemato-encefaálica de medicamentos que atuam no cérebro, relevantes para doenças neurodegenerativas, meningites e até cânceres.

Um dos grandes desafios da medicina moderna é a necessidade de os medicamentos atravessarem a barreira hematoencefálica no cérebro. Nós pudemos identificar moléculas ativas e explicar por que elas conseguem chegar ao cérebro. Esse avanço poderá, potencialmente, revolucionar a forma como desenvolvemos novos medicamentos para tratar essas condições. Nossos resultados explicam que a influência de alguns grupos químicos apresenta maior poder de interferência”, comenta André Pimentel.

Outras aplicações

O método desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas Complexos do Departamento do CTC/PUC-Rio tem se mostrado útil em outros campos da toxicologia médica, como na ciência da endocrinologia e metabologia, na busca pela identificação de substâncias que atuem como disruptores endócrinos dos hormônios. Além disso, em outro trabalho recente, publicado na revista Molecular Systems Design & Engineering da Royal Society of Chemistry, os pesquisadores aplicaram a metodologia para compreender potenciais causas para algumas substâncias provocarem a indução de mutações genéticas que podem causar câncer. Elas devem, portanto, ser evitadas no desenvolvimento de medicamentos.

*Informações Assessoria de Imprensa