Pesquisa aponta que modo de aplicação do protetor solar afeta a eficácia do produto

    Uma pesquisa feita pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que a eficácia dos protetores solares depende diretamente da forma como os consumidores os aplicam. O estudo apontou que os produtos podem não ser utilizados corretamente ou aplicados na quantidade indicada pelo fabricante ou pelo profissional de saúde. Em alguns casos pesquisados pela equipe responsável pelo trabalho, a proteção ficou 90% abaixo da informada no produto nestas condições.

    A pesquisa foi conduzida por integrantes da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, que avaliaram seis tipos de fotoprotetores para o rosto, nos formatos em pó, mousse, creme e gel, entre outros. O estudo contou com a participação de mais de 100 voluntários. Cada um deles passou o produto conforme orientações da equipe, levando em consideração a área do rosto e pesagem do formato do produto em questão. Os voluntários foram avaliados em equipamentos que emitem radiação ultravioleta para se o protetor estava cumprindo o seu papel.

    O estudo detectou que o pó compacto com fator de proteção solar teve redução de 90% em relação ao indicado, enquanto o pancake com protetor teve um resultado de 83% a menos da eficácia esperada. O protetor solar fluido e em bastão também tiveram resultados abaixo dos aguardados (63% e 61%, respectivamente), devido à forma como foram utilizados pelos voluntários e pelos volumes disponíveis. Foi importante observar o quanto vem na embalagem, pois, se fosse aplicado corretamente, o produto teria uma baixa duração ao consumidor.

    O protetor solar em loção, que é o mais encontrado no mercado, foi o que apresentou o melhor resultado entre os voluntários. Ou seja, ficou mais próximo ao fator de proteção indicado na embalagem porque está relacionado a um maior volume na aplicação.

    Como escolher o protetor solar?

    Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é preciso verificar o FPS, qual a proteção em relação aos raios UVA (PPD) e também se o produto é resistente ou não à água. “O ‘veículo’ do produto – gel, creme, loção, spray e bastão – também deve ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade, comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com tendência à acne devem optar por produtos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, que saem facilmente”, traz o site da entidade.

    Como aplicar o protetor solar?

    A Sociedade Brasileira de Dermatologia traz que o produto deve ser aplicado ainda em casa e reaplicado a cada duas horas, especialmente se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. “É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens”, indica o site da sociedade.

    A entidade ainda recomenda complementar o uso do protetor solar com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados.

    Com informações do portal G1 e da Sociedade Brasileira de Dermatologia