
Doze hospitais do Paraná tiveram Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) reconhecidas como de alta eficiência pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e pela Epimed Solutions. O estado lidera no número de unidades certificadas na região Sul, ficando à frente do Rio Grande do Sul (8) e Santa Catarina (7). A maioria das UTIs de excelência estão localizadas na paranaense, Curitiba, e pertencem a rede privada. Apenas três são públicas.
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Das 12 unidades hospitalares que cumpriram os parâmetros avaliados, 4 foram certificados na categoria Top Performer e 11, Eficiência. Entre as unidades públicas certificados estão o Hospital Municipal do Idoso Zilda Arns / FEAES, de Curitiba, o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, de Foz do Iguaçu, e o Hospital Regional do Norte do Paraná, de Londrina, ambas receberam o selo Eficiência.
De um total de 304 hospitais brasileiros reconhecidos na edição 2025, 27 estão na região Sul, o que corresponde a 8,88% das unidades brasileiras. O Sudeste engloba os estados com maior índice de certificação, 162 hospitais, seguido do Nordeste (50), Centro-Oeste (49) e Norte (16).
Certificação
A certificação avaliou dados de 2024, em todo território nacional, de 800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIS Brasileiras, projeto desenvolvido pela AMIB. Deste total, 352 são hospitais públicos e 448 privados, que juntos ofertam mais de 20 mil leitos de UTI no Brasil.
Os selos Top Performer e Eficiente são concedidos pela AMIB e a Epimed Solutions a instituições que se destacaram pela segurança do paciente, eficiência no uso de recursos e qualidade assistencial no atendimento a pacientes críticos. Dos 304 hospitais premiados, 164 unidades privadas receberam o selo Top Performer e 82, o de Eficiência. No setor público, 25 hospitais foram certificados como Top Performer e 33 como Eficientes.
Embora representem uma proporção menor, os hospitais públicos premiados apresentaram avanços nos últimos anos, segundo a AMIB. Em relação à edição anterior, o número total de hospitais certificados cresceu 25%, com destaque para o setor público, onde o aumento foi de 45%, frente a 21% no setor privado.
“Esses hospitais representam o que há de mais avançado em terapia intensiva no Brasil. São unidades que priorizam o cuidado seguro, medem resultados e buscam excelência clínica mesmo em contextos desafiadores”, explica Patrícia Mello, presidente da AMIB.
Na avaliação da AMIB, o crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais.
“A evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais. Mas ainda há um desequilíbrio importante: a maioria dos reconhecimentos segue concentrada no setor privado, o que reforça a necessidade de mais investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, avalia o médico intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB.
Certificação da qualidade e excelência das UTIs
Criada em 2016, a certificação visa reconhecer anualmente a qualidade e a excelência do atendimento prestado por essas unidades, refletindo o compromisso com a melhoria contínua e a promoção de um cuidado seguro, sustentável e eficiente para pacientes em estado crítico. A avaliação incluiu mais de 1.800 UTIs Adulto de hospitais públicos e privados do Brasil, resultando em 530 unidades que atendem aos critérios de certificação. Destas, 301 foram designadas como UTI Top Performer e 229 como UTI Eficiente.
A LISTA COMPLETA ESTÁ DISPONÍVEL EM https://amib.org.br/utis-certificacao/
Critérios
A certificação leva em conta uma série de indicadores que medem o desempenho real das UTIs, ajustado ao perfil dos pacientes atendidos. Para isso, são utilizados dois parâmetros principais: a Taxa de Mortalidade Padronizada (TMP), que compara o número de mortes esperadas com o número de mortes reais, levando em conta a gravidade dos pacientes; e a Taxa de Utilização de Recursos Padronizada (TURP), que avalia se a UTI faz um uso adequado dos recursos disponíveis — nem em excesso, nem de forma insuficiente.
Esses dois indicadores são calculados a partir de escores reconhecidos internacionalmente, como o SAPS 3, que estima o risco de morte logo na admissão do paciente na UTI. Para receber o selo Top Performer, a unidade precisa estar entre as 33% melhores UTIs do país nesses dois indicadores. Já o selo de UTI Eficiente é concedido às unidades que estão acima da média, mas não entre as melhores — entre o 33º e o 50º percentil.
Além disso, só são avaliadas UTIs que usam o sistema de monitoramento da Epimed durante todo o ano de análise, com volume mínimo de internações e preenchimento confiável dos dados clínicos. As UTIs ainda são avaliadas de acordo com o perfil dos pacientes que atendem. Por isso, há distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com problemas do coração) e UTIs gerais (com pacientes de diferentes perfis clínicos ou cirúrgicos).
*Informações Assessoria de Imprensa