O combate à sífilis é uma das prioridades da Secretaria da Saúde do Paraná. Reduzir a transmissão, ampliar o diagnóstico e o tratamento da sífilis adquirida, congênita e na gestação são metas da SESA até o ano 2022. Esta orientação foi destacada nesta semana durante encontro, em Curitiba, com representantes das 22 Regionais de Saúde do Estado e a Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível, que existe há muitos anos e até hoje é questão preocupante para a saúde pública. Tanto a sífilis adquirida, cuja transmissão é predominantemente sexual, como a sífilis na gestação com a transmissão da mãe para filho, podem ser evitadas com uso de preservativos, detecção por meio de teste rápido, diagnóstico precoce e tratamento em tempo oportuno.
O Paraná lançou neste ano a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita para os municípios que atingirem os indicadores estabelecidos pelo Governo do Estado e que são baseados em critérios do Ministério da Saúde e organismos internacionais de Saúde, abrangendo ações de prevenção à transmissão vertical que vão desde o acolhimento da mulher na unidade de saúde, passando pela saúde sexual e reprodutiva, até a gestação e parto, com uma integração entre as políticas de saúde e os serviços.
“Trata-se de uma proposta inédita no país e nosso objetivo é incentivar e aprimorar os processos para a eliminação da sífilis congênita, que ainda é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo” afirmou o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.
O Paraná foi pioneiro na descentralização de testes rápidos para os municípios e promove acesso ao tratamento imediato no momento do diagnóstico, além da oferta de medicamentos para o tratamento. “Capacitamos neste ano mais de 1.500 profissionais de saúde na atualização sobre as ISTs”, informa a chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Mara Franzoloso.
“Em 2020, vamos incentivar os municípios para a busca da certificação estadual; assim conseguiremos nosso objetivo que é a redução dos casos de sífilis no recém- nascido, alcançando assim a eliminação da sífilis congênita em nosso estado. Estamos com o quadro profissional capacitado, em uma integração entre a Vigilância e Atenção Primária à Saúde, com o diagnóstico e tratamento disponível em toda a rede pública do estado. Com estas ferramentas e com a conscientização da importância do tratamento adequado da gestante e parcerias , poderemos certificar vários municípios do estado no próximo ano” acrescenta.
Dados
O Paraná registrou no ano passado 88,8 casos de sífilis adquirida para cada 100 mil habitantes. No Brasil, foram 75,8 casos para 100 mil habitantes e, na região Sul, 123,7 para 100 mil habitantes.
Ainda no ano de 2018, a sífilis congênita no Estado apresentou uma taxa de 5,6 para cada 1.000 nascidos vivos. No Brasil a taxa foi de 9,0 por 1.000 nascidos vivos e, na região Sul , 8,9 por 1.000 nascidos vivos.
A sífilis na gestação apresentou uma taxa de 15,5 para cada 1.000 nascidos no Paraná, enquanto que, no Brasil e na região Sul as taxas foram de 21,4 e 23, 0 respectivamente.
“É preciso afirmar ainda que boa parte dos casos registrados de sífilis adquirida e de sífilis em gestantes se explica pela melhoria e sensibilidade na detecção da doença, na atenção e cuidado no atendimento pré-natal e no acompanhamento no parto e puerpério na rede de Atenção à Saúde do Paraná”, complementa Mara Franzoloso.
Campanha Sífilis Não
O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR) estabeleceu recentemente uma parceria com o projeto Sífilis Não para reduzir o número de casos da doença.