Outono exige atenção para a saúde ocular

saude ocular outono
(Foto: pvproductions/Freepik)

O outono é considerado uma estação de transição que sucede o verão e antecede o inverno. O nome “outono” vem do latim e significa “amadurecer” ou “época de colheita”.  Ao longo desse período ocorre a gradativa redução da luz solar diária, o que se mostra como a principal característica da estação. Por conta dessa mudança, outras características do outono também se evidenciam, como a redução gradativa das temperaturas, das chuvas e da umidade do ar, aliado ao aumento dos ventos. Tudo isso aumenta ainda a percepção de poluição. 

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Esses fatores combinados podem potencializar problemas ligados à  saúde dos olhos. “Essa mudança de estação exige atenção e alguns cuidados, já que os olhos ficam menos lubrificados, mais expostos à poluição e, como resultado, mais sujeitos a alergias e infecções. Com a chegada do clima mais ameno, os ambientes ficam menos arejados e passam a concentrar mais mofo e pó, agentes que contribuem para problemas oculares”, explica o presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Henrique Rocha.

Conjuntivite, alergias oculares e síndrome do olho seco são as doenças que mais costumam afetar os olhos nesta estação do ano. A seguir o oftalmologista Henrique Rocha explica um pouco sobre cada uma delas:

Conjuntivite

Conhecida pela sua alta taxa de contágio e o grande incômodo, entre suas causas estão vírus, bactérias, fungos ou alergias, mas esta última não é contagiosa. Entre os sintomas mais comuns, estão lacrimejamento, olho vermelho, coceira, sensação de areia ou o corpo estranho no olho, ardor e secreção. “É importante diagnosticar qual o tipo de conjuntivite para conduzir o tratamento. Para tratar a bacteriana normalmente são usadas medicações como colírios com antibióticos. Para o tipo viral a recomendação costuma ser sempre estar atento à higiene dos olhos, uma vez que não há medicamentos específicos para este caso”, destaca o especialista. Lavar as mãos frequentemente, não as levar aos olhos e não compartilhar objetos pessoais como colírios, toalhas, fronhas e itens de maquiagem são passos que dificultam o contágio. Deve-se evitar a reinfecção da doença também, então trocar sempre fronha, toalha de rosto, limpar cada olho com um lencinho. A conjuntivite é um contato direto, você colocou a mão em algum lugar que estava contaminado, a passou no olho e pegou”.

Alergias oculares

O aumento de mofo e esporos de fungos, mais comuns no outono devido à queda de folhas, pode desencadear alergias, outro fator que os prejudica são os ácaros. Quem já tem predisposição para rinites, sinusites e dermatites de contato, deve redobrar a atenção. Os sintomas mais comuns são coceira intensa, vermelhidão, lacrimejamento e inchaço nas pálpebras. “Usar óculos de sol com proteção UVA ao ar livre é uma boa dica para evitar a exposição direta a alérgenos. Também é possível considerar o uso de colírios ou antialérgicos desde que estes sejam prescritos pelo oftalmologista. Além disso, prefira locais mais arejados e mantenha o ar úmido com umidificadores ou vasilhas de água”, pontua o médico.

Síndrome do olho seco

Durante o outono as lágrimas tendem a evaporar mais rápido, causando o Olho Seco. É caracterizada pela má qualidade e/ou quantidade das lágrimas, fator que pode se agravar durante essa estação do ano e causar maior ressecamento na região, além de ardência, embaçamento visual, vermelhidão, coceira e sensação de areia nos olhos. Henrique Rocha destaca a importância de manter um ambiente com umidade adequada, utilizando umidificadores de ar, e evitar o uso excessivo de ar-condicionado. “Quando estamos concentrados em atividades como o uso do computador, tendemos a piscar menos, o que agrava a evaporação da lágrima. Piscar regularmente é fundamental para manter a superfície ocular lubrificada”, diz. Para aliviar esses sintomas, o uso de colírios lubrificantes é altamente recomendado. “Existem colírios com diferentes viscosidades, alguns sem conservantes, que podem ser usados várias vezes ao dia sem causar danos”, orienta o oftalmologista.

Prevenção geral

Alguns cuidados ajudam na prevenção dessas três doenças oculares como beber bastante líquido para se manter hidratado; evitar ficar posicionado de frente para o ar-condicionado, pois isso acaba dificultando a lubrificação dos olhos; evite o acúmulo de poeira em objetos de casa e do trabalho; consumir alimentos ricos em vitaminas A, E e ômega-3; não colocar as mãos nos olhos, esfregá-los ou coçá-los também são formas de evitar problemas, pois o órgão é a porta de entrada para infecções, vírus e bactérias. “Visite o oftalmologista regularmente, e em caso de qualquer emergência ocular vá a um pronto-socorro oftalmológico. Não use colírios indicados por terceiros. Muitos farmacêuticos recomendam colírios que contêm vasoconstritores e conservantes, que podem ser prejudiciais a longo prazo. Por isso, a consulta com um oftalmologista é essencial”, pontua Henrique Rocha.

*Informações Assessoria de Imprensa