Manipuladores de alimentos enfrentam uma série de desafios ao lidar com a manutenção de seus utensílios, incluindo os custos associados a compras de novos materiais e, no caso de bares e restaurantes, exigências regulatórias. Investir em manutenção preventiva e corretiva é fundamental para proteger a saúde e evitar perdas financeiras.
A segurança alimentar deve ser uma preocupação primordial em todas as etapas da cadeia de produção e consumo de alimentos, e a manutenção adequada dos utensílios utilizados para manipulação e preparo desempenha um papel fundamental na prevenção de contaminações. No Brasil, as normas da Vigilância Sanitária são essenciais para garantir o cumprimento das diretrizes que garantem a segurança alimentar dentro de ambientes de manipulação de alimentos e bebidas.
Utensílios danificados, desgastados ou sujos podem representar um risco significativo de contaminação cruzada, onde patógenos presentes em um utensílio contaminado são transferidos para alimentos limpos e seguros. Isso pode levar a transmissão de doenças, causando danos à saúde e à reputação dos estabelecimentos como bares e restaurantes.
A manutenção preventiva, que envolve a limpeza regular, inspeção e reparo dos utensílios, pode ajudar a evitar problemas futuros, reduzindo assim os custos de substituição e reparo emergencial. A utilização e manutenção de utensílios utilizados para fins alimentícios deve estar sempre em conformidade com as instruções dos fabricantes. Panelas de revestimento antiaderente, por exemplo, podem ter um prazo de validade indicado, que deverá ser flexível de acordo com a sua utilização. Espátulas de silicone podem ser feitas de materiais propícios a tolerar altas temperaturas; no entanto, algumas espátulas de cozinha devem ser utilizadas apenas em preparações frias para evitar qualquer desprendimento de material nocivo à saúde e para melhor durabilidade do utensílio.
No dia a dia, uma boa forma de garantir uma maior durabilidade nos utensílios é, além de sua correta utilização, a sua boa armazenagem. Na maioria dos casos, panelas, caixas plásticas e utensílios diversos são danificados por não serem corretamente guardados, e a armazenagem deve ser feita de forma a protegê-los e a facilitar a visualização de qualquer inconformidade encontrada, como lascas e trincas. Facas devem sempre ser armazenadas em ambiente propício e separado de demais utensílios, a fim de evitar danos aos materiais e cortes indesejados.
Por fim, investir em utensílios de alta qualidade e duráveis pode resultar em uma vida útil mais longa e, consequentemente, em menores custos de manutenção ao longo do tempo, além de contribuir com a redução do descarte desnecessário.
*Daniel Marcus Martins é docente do curso de Gastronomia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)
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