Uso indiscriminado de medicamentos: caso de saúde pública

Uso indiscriminado de medicamentos
(Foto: Pixabay)

O uso de medicamentos, sem qualquer orientação ou prescrição de médicos e profissionais de saúde, tem crescido no Brasil. Entre 2010 e 2017 quase 300 mil pessoas no Brasil foram intoxicadas por automedicação. Esses dados (os mais recentes) constam no estudo ‘Caracterização do perfil das intoxicações medicamentosas por automedicação no Brasil’, produzido por um grupo de farmacêuticos pesquisadores e publicado há três anos na revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento. 

Neste mês, no dia 05, foi o Dia Nacional do Medicamento para alertar e orientar a população sobre a importância de evitar a automedicação e de seguir as orientações médicas e de profissionais da saúde. E o tema é tão importante que merece ser lembrado, diariamente, para conscientizar a todos sobre a importância do uso seguro de medicamentos, com a prescrição médica adequada.  

A automedicação e a prescrição inadequada de medicamentos são práticas que podem causar sérios danos à saúde, como reações adversas, intoxicações, interações medicamentosas e agravamento de doenças. Além disso, podem levar ao uso desnecessário de medicamentos, desperdício de recursos e resistência aos antibióticos. É importante lembrar que o uso de medicamentos deve ser feito somente com prescrição de profissional habilitado, evitando assim os riscos associados à automedicação. 

Para promover o uso racional de medicamentos, é essencial que haja uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, gestores públicos, indústria farmacêutica e sociedade civil. A conscientização sobre a importância do uso correto das medicações é um passo fundamental para garantir uma saúde mais segura e sustentável para todos. 

Conscientizar a população sobre o uso correto de medicamentos é essencial para prevenir a resistência bacteriana e evitar o desperdício de recursos de saúde. Nesse sentido, seguir as orientações dos profissionais de saúde quanto à dosagem, duração do tratamento e horários de administração é fundamental. É importante ler atentamente a bula do medicamento e esclarecer todas as dúvidas com o médico ou farmacêutico. Além disso, não compartilhar medicamentos e não interromper o tratamento, antes do tempo recomendado, são medidas que contribuem para um uso mais seguro e eficaz de medicamentos. Em caso de efeitos adversos ou dúvidas, é fundamental buscar orientação médica imediatamente. 

A campanha sobre o uso racional de medicamentos é uma oportunidade também para ressaltar a importância de alternativas não farmacológicas, como a adoção de hábitos saudáveis, prática de atividade física, alimentação equilibrada, entre outros. Essas medidas podem ajudar a prevenir doenças e reduzir a necessidade de medicamentos. 

É importante lembrar que o acesso aos medicamentos de qualidade e seguros é um direito de todos, mas esse acesso deve estar sempre aliado à responsabilidade e ao compromisso com a saúde. Do jeito que caminha, já pode ser considerado como um caso de saúde pública. 

*Vinícius Bednarczuk de Oliveira é professor da Escola Única de Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter 

Leia outros artigos  publicados no Saúde Debate  

Conheça também os colunistas do Saúde Debate