O grande volume de condições crônicas no Brasil tem chamado a atenção de profissionais da saúde. Estima-se que 20 milhões de brasileiros têm diabetes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Já a hipertensão atinge cerca de 50 milhões de pessoas no país entre 30 e 79 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ambas as situações, quando não cuidadas corretamente, podem ser potenciais agravantes para elevar a presença de doenças cardíacas na população.
Diante desse contexto, se torna fundamental que o setor de saúde adote estratégias que auxiliem no acompanhamento contínuo desses casos. Nesse sentido, uma das alternativas que pode ser aplicada é a promoção do cuidado humanizado, auxiliando o estreitamento do vínculo entre o médico e paciente, a fim de obter resultados mais significativos.
No Brasil, a Estratégia da Saúde da Família (ESF) é uma das alternativas que corroboram para esse cenário. Isto porque, com foco na família e na comunidade, a ESF visa promover a prevenção e o tratamento de condições crônicas e agudas através de uma abordagem integral e contínua. Sendo assim, os profissionais de saúde realizam o monitoramento regular de portadores de diabetes, hipertensão, entre outros casos, por exemplo, fornecendo orientações precisas e periódicas sobre realização de exames, cuidados específicos e prevenções, permitindo que tanto o médico e quanto o paciente tenham uma visão clara e cautelosa sobre a doença.
Tomada de decisões compartilhada
À medida que os sistemas de saúde se concentrarem no atendimento mais centralizado, a tomada de decisões em conjunto entre o médico e o paciente será algo cada vez mais benéfico para o sucesso do tratamento. Para isso, um dos primeiros passos é estabelecer uma conversa clara com os pacientes, identificando quaisquer adversidades que possam surgir durante sua jornada de cuidado, além de analisar os resultados em conjunto, visando a melhoria contínua.
Quando se trata de doenças cardíacas, o progresso está diretamente ligado às ações adotadas fora dos consultórios. Além de monitorar e testar o açúcar no sangue e a pressão arterial, os pacientes podem fazer uma série de mudanças no estilo de vida, incluindo seguir uma dieta saudável, realizar atividades físicas e controlar o estresse.
Dessa forma, os profissionais da saúde precisam encontrar maneiras produtivas e concretas de permanecerem engajados com os pacientes para educá-los e os ajudarem nas melhores escolhas para o seu autocuidado.
Tecnologia como aliada no tratamento de casos cardiovasculares
Como parte da jornada de saúde do paciente, é imprescindível que todo o corpo clínico esteja munido de ferramentas, cujas informações sejam baseadas em evidências, que garantam impactos positivos durante todas as etapas do tratamento, especialmente no caso de doenças cardíacas. Neste contexto, as soluções de apoio à decisão clínica são fundamentais para oferecer o suporte adequado aos profissionais da saúde na tomada de decisões durante o atendimento.
Ao fornecer informações confiáveis, essas soluções ajudam em diagnósticos e prescrições mais precisas e, consequentemente, na maior efetividade dos cuidados prestados. É fato que o crescimento de doenças crônicas é algo que deve manter o setor de saúde e a sociedade em alerta. No entanto, a partir da união entre a inovação e o atendimento humanizado é possível trilhar um caminho promissor que garanta qualidade de vida aprimorada às pessoas.
*Paulo Guedes é Gerente de Contas na Wolters Kluwer Health no Brasil
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