Oncogenética: medicina personalizada e preventiva

medicina preventiva
(Foto: Ilustração/Freepik)

Um diagnóstico de câncer tem grande impacto em pacientes e familiares. Não é incomum surgirem dúvidas, questionamentos, sentimento de culpa, medos e incertezas. Muitos pacientes chegam ao serviço de oncologia questionando causa, se outros entes queridos têm risco aumentado de desenvolver a doença e se há formas de se proteger e prevenir de intercorrências similares.  São perguntas difíceis de se responder, mas que, com o avançar da medicina, temos, cada vez mais, como procurar respostas. Os testes genéticos voltados à oncologia, por exemplo, podem trazer algumas e já são realidade na prática clínica, auxiliando o médico a atuar de forma mais personalizada e direcionada no tratamento e na medicina preventiva.

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O câncer é uma doença multifatorial associada a fatores ambientais diversos e ao envelhecimento. Ocorre, em sua maioria, de forma esporádica, ou seja, não existe um componente de risco familiar associado. No entanto, em aproximadamente 10% dos casos, é hereditário e pode estar associado à presença de uma síndrome de predisposição genética. Pacientes e familiares em risco, portanto, precisam de um acompanhamento personalizado, voltado ao diagnóstico precoce, à prevenção e ao possível uso de terapias-alvo para tratamento naqueles que são acometidos por câncer.

A identificação desses casos é feita por meio de uma avaliação oncogenética, área da Genética Médica voltada à identificação e ao manejo de pessoas e famílias que tenham risco aumentado para diferentes tipos de câncer devido a alterações no DNA. A análise consiste no levantamento do histórico familiar e pessoal de câncer, exames clínicos do paciente e, se indicado, realização de testes genéticos. Como um dos principais objetivos é o manejo adequado dos pacientes em risco, a verificação poderá ser realizada em pacientes que já têm câncer. No entanto, não é exclusiva e também é indicada a indivíduos saudáveis com histórico familiar significativo de câncer.

Para aquele paciente no qual for diagnosticada uma síndrome genética de predisposição ao câncer, é realizado o aconselhamento genético, o manejo clínico e o rastreamento específico para cada síndrome. Nesses casos, é indicado também o aconselhamento genético e estudo dos familiares, com o intuito de identificar quem mais na família tem um risco aumentado para desenvolver uma neoplasia e iniciar o seguimento adequado.

O Vera Cruz Hospital, reconhecendo a ascensão da Oncogenética, sobretudo seu papel na prevenção do câncer e o direcionamento de terapias-alvo, tem um time de especialistas na área para promover excelência e proporcionar uma medicina cada vez mais personalizada para os pacientes.

(*) Vanessa Figueiredo Monteleone é médica geneticista do Vera Cruz Oncologia