Melhorando o acesso ao SUS

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Marcello Casal / Agência Brasil

Uma das questões mais importantes que se apresentarão para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é melhorar o acesso aos serviços assistenciais do SUS. Com efeito, o Sistema Único de Saúde foi o grande agente no combate à pandemia e nas demais assistências à população pobre do Brasil. O presidente eleito cobrou diagnóstico da área durante encontro do Grupo Técnico (GT) de Saúde da equipe de transição.

O Programa Nacional de Imunizações sofreu muito nos últimos anos. Até o “Zé Gotinha”, personagem criado como incentivador vacinal numa época em que o Brasil era referência mundial em vacinação, foi aposentado. O encontro ocorreu de forma virtual, uma vez que Lula se recupera de uma cirurgia nas cordas vocais. Tal reunião contou com integrantes do GT de Saúde da equipe de transição, entre eles, o deputado federal Alexandre Padilha (PT).

Nessa reunião Lula chegou a afirmar que vai cobrar de lideranças evangélicas e discutir a importância do engajamento delas na questão das vacinas. No entanto, o primeiro passo será a recuperação do Programa Nacional de Imunizações (PIN) e o resgate da confiança da população em relação às vacinas, contando com o aumento da cobertura vacinal. A ideia básica do governo é encontrar soluções, não medindo esforços ao investir no SUS, e, segundo Lula garantiu, não faltará recursos.

Os representantes da Saúde esperam a recomposição do orçamento, que sofreu uma defasagem de cerca de 22 bilhões no orçamento para 2023 por conta dos cortes impostos pelo governo Jair Bolsonaro para manter o criminoso teto de gastos. A própria equipe de transição vai revisar tal medida aviltante. O presidente também se comprometeu a levar médicos ao interior do Brasil, tendo citado o cuidado com o autismo como prioridade.

Um novo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que vacinações como a da difteria, do tétano e da coqueluche não alcançam a meta no Brasil desde 2013. Segundo dados reunidos pelo Observa Infância juntamente com a Fiocruz ao monitorar a cobertura vacinal em crianças menores de 5 anos no Brasil, o pior ano foi 2021, pois, de acordo com o levantamento, apenas 75% das crianças menores de um ano receberam o imunizante, sendo a menor taxa desde 1996. É triste enxergarmos o SUS sem verbas, sucateado, as universidades públicas sem recurso, o abandono do investimento na ciência e a falta de vacinas.

Nosso futuro presidente terá muito trabalho para reconstruir o país em todas as áreas, principalmente a da Saúde, tão atingida pela insegurança alimentar, que contribui para a propagação de doenças em razão da desnutrição, da fome e da miséria. Chegou a hora da sensibilidade, da empatia para com os desalentados, e isso sim é investir no futuro de um generoso e grande Brasil.

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Fernando Rizzolo

* Fernando Rizzolo é advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais

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