O empreendedorismo é uma das forças propulsoras da economia, capaz de gerar inovação, empregos e soluções para desafios complexos. Na área da saúde, em especial na Enfermagem, a atitude empreendedora pode ser um diferencial para a carreira profissional e para o avanço do setor. Com a crescente valorização do papel do enfermeiro e a diversificação de campos de atuação, há oportunidades para a criação de negócios inovadores, capazes de elevar a qualidade do cuidado.
A atuação em consultoria é um deles. O enfermeiro, no papel de empreendedor, pode oferecer conhecimentos e experiências para apoiar instituições de saúde, empresas do setor e até mesmo órgãos governamentais na implementação de boas práticas, no aprimoramento de processos e na adequação a regulamentações. Além disso, a prestação de serviços especializados, como a elaboração de protocolos assistenciais, treinamentos, auditorias de qualidade e gestão de riscos, também se destaca como um campo fértil para aqueles que desejam aliar expertise clínica e visão de negócio.
A habilidade teórica é importante, mas características como liderança, planejamento estratégico, gestão de custos, marketing e atendimento ao cliente são diferenciais para trabalhadores do segmento. Por isso, os empreendedores podem criar cursos de capacitação, plataformas de ensino à distância ou programas de educação corporativa voltados para Enfermagem e áreas correlatas, considerando os avanços do mercado e o uso de novas ferramentas como as tecnológicas, por exemplo.
A tecnologia na saúde é uma tendência global, impulsionada pela busca por maior eficiência, precisão e segurança nos cuidados prestados aos pacientes. Nesse contexto, a criação de soluções, como aplicativos, softwares e dispositivos médicos, que atendam a demandas específicas da prática clínica, é uma iniciativa possível que agrega à evolução do setor que, como todos os outros na indústria, precisa se adaptar às novas tendências para continuar funcionando de maneira efetiva.
O empreendedorismo também se reflete na produção de conhecimento científico. Enfermeiros com visão de negócio podem, então, criar empresas de pesquisa clínica e laboratórios de análises voltados para a realização de estudos, a validação de práticas assistenciais e a geração de evidências científicas, recebendo investimentos e até mesmo tornando-se uma referência no mercado global com produtos e serviços inovadores.
Essa classificação pode contribuir, ainda, para além das pesquisas e se tornar um agente real da transformação por meio de projetos e organizações que atendam a comunidades carentes. A atuação em empreendedorismo social, aliando impacto e sustentabilidade financeira, abre portas para parcerias com organizações, empresas com propósito e até mesmo agências de fomento, que reconhecem o potencial de inovação e o alcance do trabalho comunitário.
Ao garantir a conformidade legal e ética das atividades empreendedoras, a enfermagem pode ultrapassar o – já estabelecido – papel importante na sociedade. A arte do cuidar, quando aliada a uma perspectiva mais ampla, pode gerar resultados melhores e contribuir tanto para o sucesso desses profissionais quanto para o bem-estar dos pacientes.
*Profa. Ma. Maria Elisa Ravagnani Gonçalves Ramos é enfermeira e Mestre em Ciências da Saúde. Especialista em Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem, possui MBA em Gestão em Saúde e pós-graduação em Direito Médico Hospitalar e da Saúde. Professora na Faculdade de Medicina da Fundação ABC e Coordenadora do curso de Graduação em Enfermagem da FASIG
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